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11 maio 2024

Béton de site ou terre coulée_Matthieu Fuchs_Topophile

Béton de site ou terre coulée

Matthieu Fuchs | 27 octobre 2020

Tradução livre por ArquitecturasdeTerra do original em Francês (FR) para Português (PT) 

https://topophile.net/savoir/beton-de-site-ou-terre-coulee/ 

INTRODUÇÃO

A arquitectura contemporânea entusiasma-se hoje com a construção em terra crua, redescobrindo velhas técnicas e inventando novas.

A técnica da Terra Vertida ou ‘Terre Coulée’, também chamada de 'Betão de argila', desperta atualmente muito interesse, em particular pela sua execução e cofragem muito semelhantes à do betão de cimento, e neste sentido pelo seu potencial de massificação, mas também de debate e crítica pela atual adição de cimento, promovendo a sua industrialização, ignorando a origem local dos recursos. 

Matthieu Fuchs, arquitecto que implementou a técnica de terra vertida em obras como o Groupe scolaire Paul-Bayrou à Saint-Antonin-Noble-Val (Tarn-et-Garonne) e a casa das Associações de Manom, apresenta-nos as novidades desta técnica com terra.

A terra vertida ou ‘Terre Coulée’ é a mais nova das muitas técnicas de utilização da terra como material de construção, ao lado das ancestrais taipa de pilão e do adobe moldado. Também chamada de betão de terra ou betão de argila, esta é sobretudo um método de execução simplificado, reproduzível e acessível a um leque alargado de empresas.

A ideia de ‘verter’ a terra nasceu por volta de 2010 a partir de pesquisas e experimentação por vários protagonistas do setor de construção francês e, em particular, pelos engenheiros Martin Pointet, Bernard Schmitt, Cécile Plumier, Jean-Marie Le Tiec de BE Terre e BE Vessière.

Utilizando uma formulação semelhante à taipa de pilão, eles queriam torná-la líquida o suficiente para despejá-la entre duas formas impermeáveis ​​e assim criar uma forma, sem compactação, como o betão de cimento convencional.

O objetivo principal é obviamente reduzir os custos de implementação em obra para oferecer as vantagens deste material a um maior número de pessoas: a sua inércia térmica, o conforto higrométrico e mudança de fase/estado.

Para além disso, a terra vertida reforça a sua legitimidade pelas respostas eco-responsáveis ​​que fornece a um extenso número de questões contemporâneas: a energia incorporada, a valorização dos circuitos locais, a reutilização e desconstrução.

Recorde-se que à escala global, a quota parte das fábricas de cimento nas emissões de gases com efeito de estufa oscila entre os 7 e os 9%. A fabricação do cimento, que constitui 15% da formulação do betão armado, requer uma grande quantidade de energia para quebrar a molécula de sílica em duas. Para além das emissões relacionadas apenas com o aquecimento, a reação química liberta uma quantidade significativa de CO2. A isto deverá juntar-se uma grande quantidade de areia e cascalho, a acrescer à energia necessária para produzir os aços, é então fácil perceber a necessidade, até mesmo a urgência, de nos libertarmos da nossa dependência construtiva deste material.

 

A TERRA VERTIDA

A terra vertida pode assim ser um primeiro passo nessa direção. O ideal será no entanto utilisar um solo que contenha naturalmente, e em proporções equilibradas areia, cascalho, mas também argila fina. Não podemos esquecer que existem tantos terrenos diferentes quantos são os terrenos. Caso o solo do local não seja equilibrado, é sempre possível uma reformulação/estabilização (adição de areia, adição de brita, etc.).

Uma vez caracterizado o solo em depósito, diversos dispersantes, adjuvantes e sobretudo água, até 10%, são adicionados à mistura para tornar o conjunto uma pasta viscoso e liquidificado. Por fim, incorpora-se o cimento, numa dose muito baixa — 3% ou 5 vezes menos do que no betão convencional — para, essencialmente, garantir uma presa/secagem + rápida e manter as estruturas unidas durante a descofragem.

Para executar esta mistura, basta despejá-la entre duas formas estanques e expulsar as bolhas de ar com recurso a uma agulha vibratória, técnica ao alcance de qualquer empresa de betonagem de alvenarias de dimensão média. Para colocar tudo em compressão, são utilizadas hastes de aço roscadas que ligam em pré-esforço a sapata de fundação com a viga horizontal no topo da parede. Tal como acontece com a madeira e a taipa, o ‘inimigo’ será a água, pelo que é necessário evitar os fenómenos de ascensão capilar, salpicos ou escorrimentos superficiais.

 https://youtu.be/Pg17V3NChL0

Chantier terre coulée de la maison des associations de Manom par l'agence Mil Lieux [amàco]

TERRA VERSUS CIMENTO

Os exemplos construídos mostram a eficácia desta técnica em paredes estruturais, interiores e exteriores em edifícios de um a três pisos. Devido à ausência de reforço interno, a resistência mecânica destas estruturas é obviamente menor do que a de uma parede de betão armado. A sua resistência à compressão aproxima-se da de uma parede de pedra aparelhada, ou seja, cerca de 4MPa. Para compensar essa redução de resistência, a espessura / secção de terra é aumentada (em relação ao betão) para atingir 30 a 35 centímetros.

Entenda-se, no entanto, que a terra vertida não substitui o betão de cimento convencional e considerá-lo como tal será um erro fundamental. A única pergunta a fazer-se será: o material está a ser utilizado no contexto e lugar corretos?

O betão armado pode e deve ser valorizado para aplicação em obras muito definidas, onde é a melhor solução. Se for necessária uma estrutura que exija tensões significativas, devemos tentar reduzir ao máximo o material mobilizado. O risco é que com um desempenho equivalente, o ganho inicial obtido na redução do cimento seja quase nulo, ou mesmo desfavorável para a solução de terra, pois as suas paredes serão mais espessas. Por outro lado, podemos facilmente substituir o betão em estruturas menos solicitadas.

Pense-se em particular em paredes transversais internas ou mesmo na forma de betonilhas de compressão ou betonilhas de aquecimento.


UM MATERIAL LOCAL

O betão argiloso deverá ser pensado localmente e não como um produto padronizado. Como grande parte da energia incorporada dos materiais de construção provém do seu transporte / deslocação, é assim necessário conseguir explorar depósitos de terra, tal como a madeira das florestas próximas, em modelos ágeis de economia circular. 

Um novo setor será assim desenvolvido, que vai do operador da pedreira aos empreiteiros em obra, passando pelo controlo de qualidade e a prévia definição e preparação de aglutinantes, argamassas e outros materiais de ligação em fileiras específicas de fábricas de cimento.

O ideal, como referido, será obviamente utilizar sempre o solo de escavação do próprio local da obra. De antemão, é necessário que os arquitectos e projetistas, mas também os engenheiros e geotécnicos, aprendam a ler, analisar, entender e conhecer as terras locais. No entanto se isso não for possível ou se a sua reformulação for muito onerosa ou mesmo demorada, perdendo assim a sua pertinência num contexto de obra, outras opções podem ser encontradas, como o aproveitamento de resíduos de pedreiras não valorizáveis, ​​como as britas, pós de pedra e argilas finas ou o aproveitamento de terras de entulhos de um local de terceiros localizado idealmente nas proximidades.

 

REGRESSO À TERRA

Hoje, esta técnica está a tornar-se mais democrática e, graças à multiplicidade de exemplos construídos, os obstáculos começam a ser removidos. Como qualquer técnica experimental, o primeiro obstáculo é a ausência de D.T.U. (documento técnico unificado) e regras profissionais, muitas vezes exigindo testes de campo e outros ATEX (avaliação técnica de experimentação) com o C.S.T.B. (Centro Científico e Técnico da Edificação). Também é necessário convencer os gabinetes de fiscalização e de controlo em obra, os Donos de obra e os futuros utilizadores.

O maior problema, no qual a pesquisa e investigação neste domínio se encontra a trabalhar atualmente, é conseguir a total ausência de cimento na formulação da composição da parede. Para esse objectivo, será necessário investigar também métodos inovadores de cofragem. Como exemplos, Philippe Madec está atualmente a trabalhar em gaiolas de juncos para a biblioteca de comunicação Jean Quarré em Paris, enquanto Guillaume Habert na ETH Zurich está a explorar uma formulação baseada em coagulantes naturais, com resultados entusiasmantes.

Isto alteraria também a gestão de resíduos e a pretendida desconstrução futura das obras, sendo estas essencialmente ‘pilhas de terra vertida’, e podemos facilmente imaginar e encontrar a natureza original dos elementos que constroem estas obras, desde que, claro, não sejam poluídas por cimento, o que dificultaria obviamente a sua reciclagem, nem a presença de reforços metálicos internos.

 

UMA NOVA EXPRESSÃO

Por fim, a terra vertida deverá ser entendida como uma nova expressão do material terra. A evolução da Arquitetura deverá resultar numa cada vez maior sobriedade e  credibilidade do material e uma das formas de o conseguir é deixá-lo mostrar-se com uma matéria-prima forte e perene, deixando ao mesmo tempo que o tempo se expresse.

Embora não tenha a imagem única e forte das camadas sucessivas na taipa (de pilão), a terra vertida possui também uma verdadeira plasticidade e uma ampla paleta de nuances. E tal como acontece com o betão cimentício, o trabalho nas pranchas de cofragem, nas suas marcas impressas pode ser explorado e valorizado, bem como as diferentes condições de superfície, como a  granulação, o jato de areia, etc. O único limite, como acontece frequentemente na arquitetura, é a imaginação do projectista.

Existe hoje um verdadeiro e interessante respeito por este material terra, talvez mais do que pelos outros. Na escola Saint-Antonin-Noble-Val, por exemplo, as crianças têm carinho genuíno e especial por estas paredes, são as “suas” paredes, porque sabem que estas obras contribuem para o seu bem-estar. No verão, durante as horas de maior calor, sentem mesmo necessidade de estar em contacto com elas tocando-as para sentir a frescura da sua inércia térmica.

E perguntamos...um material com o qual as crianças se sentem bem a brincar e a aprender, não será um material de qualidade?

Bibliografia

Dominique Gauzin-Müller (coor.), “Construir com terra vertida: uma revolução? », arquivo da revista D’A, n°278, março de 2020.

10 maio 2024

Full Immersion Nella Terra_Sardinia_Italy_2024

 

Full Immersion Nella Terra 2024

Earthen construction workshop, 22-26 June 2024.Sardinia, Italy.
Online conferences, 11 & 18 June 2024.
Hands-on Workshop
22 - 26 JUNE 2024 PARK OF SANTA MARIA DI SIBIOLA SERDIANA,SARDINIA, ITALY

DICAAR - Dipartimento di Ingegneria Civile, Ambientale e Architettura - Università degli Studi di Cagliari with the UNITWIN UNESCO Chair “Earthen Architecture, Building Cultures and Sustainable Development”, in collaboration with Luca Noli Association and Associazione Internazionale Città della Terra Cruda; supported by the Consiglio Internazionale dei Monumenti e dei Siti - Comitato Nazionale Italiano and the International Scientific Committee on Earthen Architectural Heritage of ICOMOS (ISCEAH), organize 5 days of hands-on workshop, thematic seminars on earth building and a guided tour to local earthen architecture.
The hands-on workshop will be coordinated by professionals trained at CRAterre and will take place at the Park of Santa Maria di Sibiola (Sardinia, Italy).
Participants will learn to employ soil as material for construction and the different earth building techniques.

06 maio 2024

Glossário de Construção em Terra_Tempo de Secagem

Tempo de Secagem

É a operação ou intervalo de tempo compreendido entre a aplicação de um determinado material e a sua secagem completa, consolidando ou fixando em profundidade.

O processo de secagem é muito importante para a qualidade de produção ou intervenção de reabilitação de uma parede de terra, variando nas suas diferentes técnicas, pelo que deve ser bem compreendido e acompanhado em fase de obra, e na utilização e/ou manutenção do edificio em terra crua.

No caso da construção em taipa, aquando do processo de compactação, a terra pré-preparada do tipo areno-argilosa deverá conter cerca de 5 a 8% de humidade, valor variável de acordo com a curva granulométrica e o tipo de argilas presente na mistura, formando uma massa heterógenea, húmida e com a plasticidade da argila, nunca demasiado molhada.

Ao contrário do betão, que cura e ganha rigidez totalmente por meio de uma reação química interna e irreversível, mas que permite após o fabrico, estimar a resistência máxima, por processos de controlo, possível apenas ao fim de vinte e oito dias (mantendo o material elevada rígidez, e ponte de transferência higrométrica, mineral e térmica), uma parede em taipa, compacta e heterogénea, com elevada inércia térmica e excelente isolamento acústico, internamente em termos de humidade, nunca deverá secar totalmente. 

A parede em taipa mantém na sua ‘alma’ um valor de humidade interna, que garante a coesão base e que serve de veículo para a sua principal característica de regulador higrométrico / inércia térmica. Neste sentido, em termos de resistência, por se tratar de um bloco areno-argiloso, este atinge um endurecimento ‘optimum’ (não necessariamente o máximo), após a compactação e aquando da retração das argilas por secagem natural, e que pode variar à medida que esta tem lugar. 

tempo de secagem depende principalmente: 

- das condições climatéricas do local da obra no momento da construção (se nos 38-40ºC do Verão do interior ibérico ou nos 10-15ºC do Inverno chuvoso do litoral atlântico); 

- da composição granulométrica;

- da utilização ou não de aditivos de estabilização;

- e claro, da espessura total das paredes (podendo variar de 45 a 70 cm).

Neste processo, o bloco / parede de taipa diminui cerca de 1% em volume, devido à retração/consolidação, e visível sobretudo nas suas juntas verticais (espaços facilmente preenchíveis e/ou reparados) e a coloração geral da parede ficará substancialmente mais clara na secagem.

Este espaço de tempo pode variar de 2 a 4 semanas (secagem superficial), ou seja, após a descofragem e para suportar em pleno as cargas/esforços atuantes na construção, a taipa deve ter no mínimo 14 dias de idade e estar plenamente seca ao toque. 
A parede levará no entanto aprox. 6 a 12 meses para atingir a referida humidade interna mínima de equilíbrio, e antes da aplicação de rebocos e pinturas definitivas. 
Se falamos de uma taipa que contém na sua mistura / composição aditivos estabilizantes naturais, ao tempo de secagem estará associado  um período de cura, que deverá ocorrer, variando de acordo com as recomendações para o estabilizante empregue, por um período mínimo de sete (7) dias, no caso de aditivos naturais. Caso a taipa estabilizada contenha um aditivo hidráulico cimentício (não ecológico e apenas eficiente mecanicamente com percentagens reduzidas, de 6 a 8%), e caso não existam recomendações especifícas no projeto de estruturas, ela deve ter no mínimo vinte e oito (28) dias de idade.
As formas de cofragem podem no entanto ser desmontadas logo após o término da compactação da mistura no bloco.

Neste sentido é considerada uma boa prática construtiva in situ executar as paredes em linhas de avanç ohorizontais ou por fases, permitindo alguma secagem, a natural retração e endurecimento, previamente à aplicação estrutural de lintéis de bordadura e coroamente, o encosto de pilares, contrafortes (os tradicionais 'gigantes') ou mesmo pré-esforços verticais e horizontais, ou mesmo antes de compactar outros blocos acima destes.

ventilação (fluxos de ar/humidade transversais) e a luz solar direta são também fatores relevantes considerar na secagem das paredes. Como impacto negativo eles podem causar uma secagem irregular dos blocos, originando patologias  como os arqueamentos ou empenos diferenciais dos paramentos.

Assim, é importante considerar em paralelo, sempre que necessário, em projecto e/ou em fase de obra, reforços de sustentação dos blocos mais expostos a esforços transversals, bem como a manutenção nestes da cofragem durante a fase inicial de secagem. 

Para além destes reforços e, num contexto de condições climatéricas mais adversas, com chuva e neve persistentes, de modo a preservar a taipa da exposição e humedecimento prolongados à água, será de considerar a protecção   contra as intempéries dos topos de paredes de taipa desenformadas durante a obrae a cobertura / revestimento,  com recurso a mangas plásticas hidrófugas, salvaguardando deste modo o respaldo ou 'alma' da taipa, e desde que assegurem o comportamento higroscópico da parede.

Numa fase posterior deste momento da intervenção, poderá considerar-se a aplicação de rebocos, desejavelmente compatíveis e bem ventilados, bem como enquadramentos de taipa à vista, que permitam à parede ‘respirar’, secando naturalmente e deste modo de forma mais homogénea.

ArquitecturasdeTerra Maio2024

04 maio 2024

Exhibition “Down to Earth: Indigenous Building Technologies”_Pratt University USA

 

Exhibition “Down to Earth: Indigenous Building Technologies”
April 30 – May 7, 20247:00 PM – 5:00 PM
Higgins Hall, Leo J. Kuhn Lobby Gallery
Gallery opens April 30th at 7pm. Join us for a very special exhibition in the lobby of Higgins Hall from May 1st-7th! “Down to Earth: Indigenous Building Technologies” will feature the work of Historic Preservation and other GCPE students who participated in a course taught by Visiting Assistant Professor Debora Barros called “Indigenous Building Technologies as Climate Solutions” which traveled to Brazil during spring break. 
Students participated with community members in a five-day hands-on workshop on earthen vernacular building techniques at TIBÁ Institute, a foremost center in bio-architecture nestled in Brazil’s Atlantic Forest. 
The multi-media exhibition displays their work making adobe bricks, wattle and daub, hyperadobe, geopaints, earthen plasters, tadelakt, and rammed earth, and engaging ed with the local community to build two hyperadobe benches at the soccer field of Barra de Santa Teresa, RJ.

30 novembro 2023

Exemplo_Cemitério de Eschen_Liechtenstein_2012

Cemitério de Eschen, Liechtenstein

Muros de taipa (terra apiloada), 
sistema construtivo auto-portante e pré-fabricado
Área global 125 m², aprox. 112 t
Ano: 2010 − 2012
Cliente: Paróquia de Eschen
Arquitectura: Hans-Jörg Hilti
Conceptualização: Martin Rauch
Construtor: Erden Lehmbau GmbH / Lehm Ton Erde Baukunst GmbH
Créditos das fotografias: Bruno Klomfar

29 novembro 2023

Article_After Morocco Quake, Earthen Buildings Come Under Scrutiny_Bloomberg

After Morocco Quake, Earthen Buildings Come Under Scrutiny

By María Paula Mijares Torres
'Recent disasters have raised questions about the seismic vulnerability of mud-brick and rammed earth construction. Can this traditional building style be made safer?

Mud-walled buildings lie in ruins in Ouirgane, Morocco, on Sept 11. Photographer: Nathan Laine/Bloomberg

The 6.8 magnitude earthquake that struck Morocco on Sept. 8 — the strongest in the country in 120 years — was centered in the High Atlas Mountains, one of the nation’s poorest regions. In remote villages, thousands of homes and buildings collapsed during the quake and its aftermath, with devastating results: More than 2,900 deaths have been confirmed, and 300,000 people have been made homeless.
Many of these buildings were made of unfired mud bricks and rammed earth, a traditional building technique that’s been used for millennia. Newer buildings crumbled alongside historic ones, some of which have stood for several hundreds of years. Among the structures that appear to have been damaged are the Kutubiyya Mosque and parts of the Jewish quarter in the Old City of Marrakech, as well as the Tinmel Mosque and the Aït Benhaddou fortified city — centuries-old complexes that are partially or entirely made with earthen materials.
This building style is common across Africa, as well as parts of Europe, Asia and the Americas: One in 10 of Unesco’s World Heritage sites employ the technique. But earthen buildings have a reputation for seismic vulnerability. In the 2003 quake that struck Bam, Iran — home of the 2,000-year old mud-brick Bam Citadel, as well as many other ancient buildings — up to 90% of the city’s urban fabric was destroyed or severely damaged.
The heavily damaged minaret of a mosque in Moulay Brahim, Morocco.Photo By Fernando Sanchez/Europa Press via Getty Images
But experts in the history of earthen buildings, like Huma Gupta, the Aga Khan professor in Islamic architecture at the Massachusetts Institute of Technology, say that in many ways this time-tested technique has been unfairly maligned. “I have been seeing a lot of reportage whenever there is an earthquake that affects a city or a town with a majority of earth architecture,” Gupta said. “There’s a sort of attribution of structural collapse to the material, but I want to make the distinction that it has very much to do with the fact that these earthen buildings have not been retrofitted for earthquakes.”
Indeed, modern concrete construction without proper seismic reinforcement can also fail during quakes, as seen in recent disasters in Turkey and Syria. And the sustainability benefits of earthen construction are considerable. “I just want to make sure that we don’t demonize earth architecture as being inherently bad in the face of natural disasters like earthquakes,” Gupta said.
Experts have pointed to other factors in widespread building failures, including inadequate maintenance and modern repairs made with incompatible materials and techniques. Mehrdad Sasani, professor of structural engineering at Northeastern University and expert in building collapse and building resilience, points to the general poverty of the High Atlas region. “The most important reason for that area being so drastically affected by the earthquake is the lack of socioeconomic resources,” he said. “If you don’t have those resources, you think first about what to eat, having a roof over your head and how to provide. There is no time to think about whether my building is earthquake resistant.”
Crumbled buildings line a road in Tinmel, Morocco.Photographer: Matias Chiofalo/Getty ImagesEurope

Many buildings in this region are the product of informal construction, built without codes or standards and erratically maintained or inspected, Sasani said. Non-reinforced dwellings are also known for being particularly deadly after a collapse, because they crumble into a dense pile of rubble without leaving air pockets, as concrete-and-steel structures typically do. “When this kind of building breaks, it becomes practically soil,” said Sasani. “It would be hard to survive in a building like that — it’s like a ton of soil had fallen on top of you and it pretty much uses up all the spaces to breathe.”
Seismic reinforcement can dramatically improve the performance of existing earthen buildings. At the Getty Conservation Institute, the Earthen Architecture Initiative has studied how to retrofit historic churches and other earthen buildings in Peru, working with the Peruvian Ministry of Culture and two local universities. “The methods that we’re testing range everything from walls that are covered with a geomesh, to timber reinforcements, to certain roof structures, all different kinds of methods to improve the performance of earth buildings,” said Benjamin Marcus, project specialist at the buildings and sites department at the Getty Conservation Institute.

Built of rammed earth and mud bricks, the Kasbah of Taourirt is among the best-preserved examples of Berber architecture. Photo: Scott S. Warren/Getty Conservation Institute

A key goal of seismic reinforcement is to strengthen the walls of a building to create a stable “box structure,” so that walls don’t separate from each other, leading to floor and roof collapse. That’s what brings down many unreinforced buildings — regardless of the material they’re built in.
Marcus and his team are familiar with Moroccan building styles: The Getty group recently undertook a conservation and rehabilitation plan for the Kasbah of Taourirt in the city of Ouarzazate.
Earthen buildings can also be engineered to be seismically resilient during the construction phase. At the University of California at Berkeley, architecture professor Ronald Rael has been experimenting with ways to use 3D printing to create earthen buildings embedded with fibers that make the structure more stable.
“It’s really a lot like reinforcement steel and concrete,” Rael said. “You see those metal cages that are inside the concrete, so imagine a fabric cage inside of earth.”
Like Gupta, Rael cautions against villainizing earthen architecture, an environmentally friendly technique that has been the focus of much interest in the green building industry. He cites the work of Burkina Faso architect Diébédo Francis Kéré, which relies heavily on the idea of using local materials like unfired clay rather than more energy-intensive steel and concrete. “If one of the most recent winners of what is basically the Nobel Prize of Architecture, the Pritzker Architecture Prize, can make buildings out of mud, why are we still seeing it as a bad thing?” he said. '

https://www.bloomberg.com/news/articles/2023-09-19/morocco-quake-takes-toll-on-earthen-homes-and-mud-brick-buildings?fbclid=IwAR0YHyE7y7xcY60SADVxVfaIJUsodt5DJKc_nBmQpKUKkNyL3MHMjaFsU4g

27 novembro 2023

Publicação_Taipa na arquitectura tradicional_Mariana Correia

Taipa na arquitectura tradicional_Mariana Correia

Artigo em http://www.restapia.es/files/14812

Exemplo de taipa com pedra no topo das juntas verticais na Casa do gado do Monte Pelicão em Saraiva, concelho de Ourique

24 novembro 2023

'The Mecca of re-use and circularity': Brussels startup turns waste earth into buildings_Léém_BC Materials_Belgium

'The Mecca of re-use and circularity': Brussels startup turns waste earth into buildings

Monday, 25 September 2023
By Lauren Walker at Brussels Times here
Photo Credit: BC materials

One Brussels-based startup is looking to tackle pollution caused by the construction sector one brick at a time. The innovative method transforms excavated soil into circular building materials to lower its price.
On the global scale, urbanisation contributes the equivalent of one surface of new buildings the size of Paris every day. From the construction to the operation of buildings (heating, cooling and lighting), emissions from these structures account for almost 40% of the total global output, highlighting the need to make the sector more sustainable.
The Belgian capital is becoming a global pioneer on this front with Brussels-based BC (short for Brussels Cooperation) Materials pioneering new techniques.

Upcycling waste
In Belgium, about 37 million tonnes of excavated earth goes unused each year. But a new project called Léém transforms this into building materials, greatly reducing waste and removing the need for a large amount of polluting and CO2-intensive building materials.
While a traditional brick or concrete block has a CO2 cost of 77-170 kg per square metre, a Léém brick emits just 3–10kg. It composed of 80% secondary raw materials; in traditional building materials this is just 0-10%. The bricks also help improve the air quality and the acoustics of buildings.
Photo Credit: BC materials

Despite the environmental savings, construction companies are often put off by the higher price and slower production of circular building materials. To overcome these challenges, BC materials collaborates with industrial players to cut prices for the compressed earth blocks by 39%.
"Léém collaborates with industrial partners to revalorise 'waste' – like excavated earth – into plasters, paints, blocks, etc. In this way, we can make circular materials as accessible as possible," BC Materials' CEO Ken De Coom told The Brussels Times.
The company has also stepped up production hugely, from 1,000 blocks per day to 80,000 blocks per day. It hopes this will see more projects adopt circular building materials.
De Coom added that Brussels' attitude towards sustainable architecture helped birth the idea. "We don’t think there’s another city – with its amazing architectural diversity and polyvalent spaces – where we could have started this whole project."
"It's no coincidence that architects all over the world visit us – from Copenhagen to Cambridge and from Canberra to L.A. – talking about Brussels as a 'Mecca of re-use and circularity'."

More information at https://bcmaterials.org/

20 novembro 2023

Text excerpt _The Potential of Earth_Upscaling Earth: Material, Process, Catalyst

The Potential of Earth

from Upscaling Earth: Material, Process, Catalyst,

Earth can serve as the basis for infinite conceptualizations and take on many colors and forms. From a historical perspective, earth is our oldest and single most important building material: it encapsulates qualities that anchor architecture in its very roots. 

As Kjetil Trædal Thorsen, founder of the Snøhetta Architectural Design practice, has noted: 

The essence of creation is captured in one material as old as the world itself and brand new as fast as it dries. It is as warm as the colour tones of the ground it comes from, as hard as rock to equally withstand the forces that made it, controlling humidity, temperature. Show me one other material that can do the same (4).”

Earth can be found almost anywhere in the world and translated into a contextually unique structure. Whether in the desert climates of North Africa, the tropical monsoon regions of Asia, or the frost-laden contexts of Central Europe; whether a peripheral single-family residence or highly urban, multi-story building: earth is both a viable and palpably sustainable material with which to design our world.

Archaeological excavations have revealed that earth has consistently been one of the most widely used building materials, traversing climates and continents, and that the building culture of earth has existed for more than nine thousand years (5). Its typologies include not just residential structures but the religious buildings, statues, and monuments, the ziggurats and fortifications that remain a part of the urbanized world today. The cities of Jericho, Chan-Chan in Peru, or Babylon in Iraq, the Alhambra in Spain, and even the original parts of the Great Wall of China were all constructed using various earth building techniques, from adobe brickmaking to ramming (6). 

Three thousand two hundred years ago, parts of the temple complex of Ramses II were constructed with earth bricks in Gourna, Egypt; the core of the sun pyramid in Teotihuacan, Mexico, was primarily constructed with rammed earth between the years 300 and 900 CE (7). Moreover, the earthen elements of these edifices did not contain any form of further structural reinforcement or stabilization beyond wooden ring beams or lintels of stone. These works demonstrate the ability of earth to withstand the tests of time and -particularly when well maintained - to survive weather events and even natural disasters such as earthquakes.

Currently, earth is the only material that completely aligns with fully sustainable building principles, such as the cradle-to-cradle concept (8). Like no other building material, earth is not only suited to its local climate but also has the capacity to generate an equally localized building culture, one in which investments in construction are grounded in social capital. 

It is this key aspect that gives earthen architecture the potential to break the cycles of financialization that extract profits from localities to enrich global conglomerates and corporations, and that so often dictate the course of development around the globe. Instead, the ever-varying characteristics of earth promote a broad range of socially sustainable and economically viable solutions.

More than this, earth also provides a rich aesthetic palette that mirrors and expresses cultural diversity. Anyone who has stood inside a house made of earth is familiar with the strong sense of place the material generates. 

Earth is healthy, not just in regard to sustainable construction, but also in the sense of physical and psychological well-being. It creates an emotional, familiar atmosphere and an unparalleled interior climate. While earth itself is not technologically advanced, it is capable of highly technical feats; for example, its ability to absorb water vapor like no other human-made material. Elevated and edified or not, earth contains great potential to meet contemporary needs. As described by Iranian-American architect Mohsen Mostafavi: “The limitations of a material’s use, or misuse, depend solely on our capacity to imagine alternative and unexpected means of incorporating it into the design process.” (9)

Architecture, as a design practice, began to eschew building with earth hundreds of years ago. The evolving specialization of the design world and fascination with more technologically advanced methods has relegated earth to a primitive, basic material. Only recently has this perception begun to change, and the potentials of one of our most ancient building materials explored anew. The challenge, therefore, as formulated by Mostafavi, is: 

How can we use dirt from the surface of the earth to make an alternative architecture that is both technically and aesthetically responsive to the conditions of our times?” (10)

(4) Kjetil Trædal Thorsen, as location in Venice in “Mud WORKS!” poster for the 15th International Architecture Exhibition, Biennale architettura 2016: Reporting from the Front, May 28 to November 27, 2016.

(5)  See Gernot Minke, Building with Earth: Design and Technology of a Sustainable Architecture (Basel: Birkhäuser, 2012, 3rd ed.), p. 11.

(6)  See David Easton, The Rammed Earth House (White River Junction: Chelsea Green Publishing, 2007), p. 4.

(7)  Ibid. pp. 3–9.

(8)  See William McDonough and Michael Braungart, Cradle to Cradle: Remaking the Way We Make Things (New York: North Point Press, 2002).

(9)  Mohsen Mostafavi, as cited in “Mud WORKS!” (see note 4).

(10)     Ibid.

Text excerpt from: Heringer, Anna, Howe, Lindsay Blair, Rauch, Martin, Upscaling Earth: Material, Process, Catalyst, GTA publishers, February, 2020

17 novembro 2023

Quote_Citação_Alexandre Bastos

“Nunca antes os arquitetos que trabalham com terra pensaram tanto na construção e na sua destruição. A tradição diz-nos que as casas nascem, vivem e depois morrem. Esta utopia da construção permanente, a escolha entre o ser efémero e o ser eterno, altera o conceito de construção e, sobretudo, o de arquitectura. 
Traz no entanto consigo outras utopias: a  liberdade plena e a grande flexibilidade que a taipa nos oferece, e que pode ser modificada para as próximas gerações, tornando o efêmero um material eterno e reaproveitando o mesmo material a custo zero, dando-lhe uma nova vida.”  
Alexandre Bastos, Mestre e Arquiteto português, Odemira

“Never before had architects who work with earth thought so much about construction and its destruction. Tradition had it that houses were born, lived and then died. This utopia of the permanent construction, the choice between being ephemeral and being eternal, alters the concept of construction and, above all, that of architecture. It brings with it others utopias: the full freedom and great flexibility that rammed earth offers, which can be modified for the coming generations, making the ephemeral with an eternal material and reusing the same material at zero cost, giving it new life.”
Alexandre Bastos, Portuguese Master-Architect, Odemira
at Earthen Architecture: Past, Present and Future – Mileto, Vegas, García Soriano & Cristini (Eds) © 2015 Taylor & Francis Group, London, ISBN 978-1-138-02711-4
Contemporary rammed earth construction. Alexandre Bastos—creativity and maturity
Francisco Jorge, ARGUMENTUM Edições, Lisbon, Portugal pp. 205-208

06 novembro 2023

Adega para Armazenamento de Licores_Archiac (Charente-Maritime)_França


© Atelier Rural - Adega de armazenamento, Archiac
'EM CHARENTE-MARITIME, UMA ADEGA DE ARMAZENAMENTO EM  TAIPA (PISÉ) _ATELIER RURAL 
L. P. 
12/11/2021 
Na propriedade Fontanière de Archiac (Charente-Maritime), especializada no cultivo da vinha, a nova adega projectada pelo Atelier Rural é dedicada ao armazenamento de aguardente e conhaques e confere um lugar de destaque à terra crua. 
Foi neste contexto rural, perto de um pequeno lago, sobre um solo argiloso de fraca qualidade e considerado impróprio para utilização em paredes, que os arquitectos do Atelier Rural imaginaram uma construção em terra com quase 500 m2. 
Para isso, optaram por um sistema construtivo padrão, com pilares e vigas de betão corrente, preenchimento de paredes interiroes com blocos de cimento e exteriores com blocos de 40 cm de terra apiloada, sob uma cobertura de telha de inclinação única. 

Terra batida pioneira 
A taipa foi realizada in situ, com terra vermelha de uma pedreira perto de Albi. Depois de misturada com areia cinzenta e brita, a formulação optimizada foi adaptada no local com a adição de argilas cinzentas de Biganos, a cerca de 200 km do projecto. 
Este foi um desafio para um empreiteiro que nunca tinha construído com terra. 
A taipa foi um dos três cenários propostos ao proprietário desta Quinta de conhaques, em conjunto com pedra e madeira, numa região sem oferta especializada no setor de empreitadas de terra e para um programa também ele pioneiro na área. 
Isto porque a terra, como material primário e com a sua capacidade de controlo natural de temperatura e humidade, estava até hoje nesta zona, reservada às caves onde se guardava o vinho.

En Charente-Maritime, un chai de stockage enveloppé de pisé par Atelier Rural

FICHA TÉCNICA
Local da Obra: Archiac (Charente-Maritime)
Dono de Obra: GFA de Fontanière
Projectistas: Atelier Rural Architectures, architecte mandataire ; Martin Pointet, BET terre ; ISB, BET structure ; Archivolte, pisé ; Lalande, VRD ; Gillebert, couverture ; Durozier, bois ; Chevalier, acier ; Sardain, électricité ; Aerelec, plomberie ; Savariau, paysage ; Oxo Line, équipement
Programme : chai de stockage d’eau-de-vie
Área Total: 425 m2
Orçamento: 852 278 € HT

Este texto é resultado de tradução livre a partir do artigo da revista  N°292 de Dezembro de 2020

02 novembro 2023

Premio de Arquitectura Terra Ibérica_2023

Premio de Arquitectura Terra Ibérica 2023
Categoría Vivienda
-Raw Rooms en Ibiza Peris+Toral Arquitectes
Fotografía: José Hevia.
43 viviendas proyectadas por Peris + Toral Arquitectes para el IBAVI, Instituto Balear de la Vivienda, en una zona de nuevo crecimiento urbano al sur de la ciudad de Ibiza. Su propuesta plantea un sistema energético con una baja huella de carbono empleando muros de carga con bloques de tierra compactada (BTC) de 20 centímetros de espesor.

Fotografía: José Hevia.
El jurado ha valorado la complejidad técnica de su diseño y el «resultado excepcional de integración en el entorno y aprovechamiento de recursos de la arquitectura vernácula».
En esta categoría se ha entregado un segundo premio aequo a dos obras:

-Proyecto Entre Tierra (Cal Jordi & Anna) en Poal , Lleida, de Hiha Studio.

-Rehabilitación de dos casas entre medianeras en Terrassa , Barcelona, de arqbag coop.
Y, finalmente, se ha otorgado un accésit a la Casa de tierra en Boadilla de Rioseco (Palencia) por Lara Fuster Prieto de Heredera Estudi.

Categoría Edificio de otros usos. Premio ex aequo
-Intervención en la torre de Castilfalé (León), de Ramón Cañas Aparicio
El trabajo del arquitecto Ramón Cañas Aparicio ha consistido en la consolidación, restauración, protección y acceso al cuerpo superior desarrolladas en el entorno de la torre.
-Aula de Natura de Franqueses del Vallés, Barcelona, de Edra Arquitectura Km0 y Bunyesc Arquitectes
Edra Arquitectura Km0 y Bunyesc Arquitectes han respondido al encargo de proponer un aula de interpretación de la naturaleza en un entorno de alto valor ecológico rompiendo el volumen en tres contenedores construidos con materiales naturales y locales: madera prefabricada y tierra procedente de los desprendimientos del meandro del río Congost.
Ambas propuestas comparten una misma filosofía en común, ha destacado el jurado, «la búsqueda de la contemporaneidad» en un diálogo con el paisaje que «respeta lo ya existente».
En esta categoría se ha entregado un accésit a la obra:

-Centro Comunitario de Manica, Mozambique, de CAS Studio
CAS Studio ha diseñado un espacio comunitario y una escuela de formación social y cívica que el jurado ha valorado por su «puesta en valor de la labor social de la arquitectura».

Categoría Innovación y divulgación

- Manual 'Criterios de intervención en la arquitectura de tierra', de Camilla Mileto y Fernando Vegas López‐Manzanares

Un informe enmarcado en el Proyecto Coremans, impulsado por el Instituto de Patrimonio Cultural de España (IPCE) del Ministerio de Educación, Cultura y Deporte con el objetivo de crear líneas guía de referencia para las intervenciones de restauración que se lleven a cabo en el patrimonio construido, cuyo contenido está disponible en: Criterios de intervención en la arquitectura de tierra.

Artigo_Técnicas para melhorar a durabilidade da construção em terra_Rute Eires_Aires Camões_Maria Ponte

Técnicas para melhorar a durabilidade da construção em terra 

Rute Eires1 & Aires Camões1

C-TAC, Universidade do Minho, Departamento de Engenharia Civil Azurém, P - 4800-058 Guimarães, Portugal 

Maria Ponte2

Universidade de Coimbra, Departamento de Arquitectura, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Coimbra Portugal

'(...)

5 - ESTABILIZAÇÃO DO MATERIAL TERRA PARA AUMENTAR A DURABILIDADE 

Entre os estabilizantes mais utilizados na construção em terra desde a Antiguidade encontra-se a cal. 

Este material tem sido adicionado ao solo para construção de paredes em terra e para preparação de argamassas à base de terra, utilizando-se diferentes tipos de cal, sendo sobretudo utilizada cal aérea hidratada, Ca(OH)2, ou cal viva, CaO (Eires, 2012). 

O principal propósito desta adição é incrementar as resistências mecânicas e a resistência à ação da água. Este aumento pode ser explicado através da reação de carbonatação que ocorre na cal na presença de CO2, mas também pela reação pozolânica entre partículas de argila presentes no solo e cal (Santos, 2010 in Eires, 2012). 

A incorporação de biopolímeros na construção em terra, também tem sido utilizada a fim de melhorar o seu comportamento face à ação da água. Existem inúmeros exemplos de biopolímeros que têm sido usados como complemento estabilizante do solo. 

Alguns são de origem vegetal, tais como farinhas, amidos, gomas, cato, óleos, ceras ou resinas de plantas, outros de origem animal, como gorduras animais, soro de leite, caseína, claras de ovos, sangue, excrementos e urina (Eires et al, 2010). No presente texto os biopolímeros são considerados como polímeros de origem natural e biológica, sem qualquer tipo de síntese laboratorial. Entre estes biopolímeros, os óleos ou gorduras, têm sido os mais utilizados para tornar os edifícios em terra mais impermeáveis. Estes materiais são sobretudo incorporados na hidratação da cal, mediante dois métodos distintos na sua preparação. Pode ser por simples hidratação, juntando-se óleos ou gorduras com a cal e a quantidade adequada de água para a hidratação, adicionando-se posteriormente essa mistura no solo a ser estabilizado, ou pode ser utilizado um processo chamado "hidratação a quente", misturando simultaneamente o solo ou areia argilosa com óleos e gorduras com a água necessária (Eires, 2012). 

Em termos históricos, a hidratação de cal com óleos já foi citada por Vitrúvio, que mencionou sobre tubos de barro para a água o seguinte: "as juntas terão de ser revestidas com uma mistura de cal viva e óleo", Vitruvius (século I a.C.). No século XVI, o refugo de óleo de baleia, que era utilizado na iluminação da época, era utilizado como aditivo hidrófugo. Este óleo com cal formava um material chamado "gala-gala", comumente usado nos Açores e Brasil (Veiga, 2008 in Eires, 2012). Em Portugal, a cal viva hidratada a quente com óleos ou gorduras também era usada para estabilizar as paredes de terra ou argamassas. Foi mencionado também este tipo de uso em edifícios tradicionais construídos em terra e madeira em Lisboa (CML, 2005 in Eires, 2012). 

Relativamente à conexão entre a cal e os biopolímeros é referido por Čechová que em ambientes básicos, por exemplo, em argamassas à base de terra e cal ou em solo estabilizado com cal, com a adição de óleos ou gorduras os triglicérois, presentes na sua constituição, quando hidratados, resultam em sais insolúveis de cálcio de ácidos gordos. Estes sais são hidrófugos e conectam-se bem com o cálcio da cal e proporcionando maior repelência à água (Čechová, 2009). 

Na Universidade do Minho, foi desenvolvido um trabalho de pesquisa sobre o estudo da estabilização de solo com cal e biopolímeros, adaptando o conhecimento antigo para melhorar a durabilidade relacionada com a ação da água. O principal objetivo do estudo era conseguir uma estabilização do solo adequada para a construção com terra compactada (taipa ou blocos de terra compactados, BTC) sem revestimento adicional, obtendo boa durabilidade contra a ação da água sem comprometer o potencial estético do material da terra. Desta forma, desenvolveu-se um estudo geral relacionado com a incorporação de biopolímeros (amido de milho, farinha de trigo, açúcar, óleo de linhaça, glicerol, caseína, óleo de cozinha usado e compostos de água de pasta de celulose e de palha) e aditivos minerais (hidróxido de sódio, silicato de sódio, alúmen, cloreto de cálcio, cloreto de sódio e borato de sódio). 

A percentagem adicionada de biopolímeros fixou-se em 0,4% e 1,0% da massa de solo e a percentagem de aditivos minerais foi 0,1%. 

Os principais resultados obtidos, relativamente à absorção de água por capilaridade e resistência à compressão no estado saturado, mostraram que, entre os biopolímeros testados, os óleos proporcionavam um melhor comportamento e entre os aditivos minerais testados o hidróxido de sódio apresentava melhores resultados, (Eires, 2012). 

Foi também testada a estabilização de solo com: cal viva (CV), cal hidratada (CH) e cimento (C) (4% da massa de solo por cada estabilizante), óleo de cozinha usado (O) (1,0% da massa de solo), e a adição simultânea de hidróxido de sódio (CV_NaOH e CV_O_NaOH) (0,1% da massa de solo), cujos principais resultados se encontram na Figura 7, Eires (2012). 







Estes resultados mostram que o solo estabilizado com cal viva mostrou um melhor desempenho, acima de tudo, com a adição de óleo de cozinha usado e hidróxido de sódio.

Comparando o solo de referência, não estabilizado (REF), com as composições de solo com cal viva (CV) os resultados dos ensaios de resistência à compressão revelam: um aumento de 102% sobre a resistência devido à estabilização com cal viva; um aumento de 131% com adição complementar de óleo (CV_O); e um aumento de 150% com adição simultânea de óleo e de hidróxido de sódio (CV_O_NaOH). 

As composições com cal viva e óleo também mostraram um bom desempenho na absorção de água por capilaridade (diminuição de água absorvida em cerca de 95%). Em testes de erosão acelerada, usando um jato em spray para simular a ação de chuva, estas composições de cal viva com óleo também apresentaram bons resultados, com uma erosão reduzida, apresentando uma redução da erosão face ao solo de referência de 99,5% (Eires, 2012).

(...)'

31 outubro 2023

Documentário_A Argila

https://www.youtube.com/watch?v=FXO1S-vL1g4

A Argila
Episódio 2 de 5 Duração: 52 min
Existe uma rocha particularmente espantosa. Mole e frágil quando seca, que fica maleável em contacto com a água e pode solidificar de forma irreversível sob a ação do fogo.
Influencia a vida como nenhuma outra, graças à sua capacidade de troca. Transformou o rumo da história desde que o Homem a descobriu.
Essa rocha é a argila.

Ficha Técnica
Título Original
Secrets de Roches
Realização
Christophe Cousin, Matthieu Maillet
Produção
ARTE France, Haut et Court Doc, Haut et Court Tv, Ushuaia
Autoria
Escrito por: Christophe Cousin, Gautier Dubois
Música
Jérôme Plasseraud
Ano
2022
Duração
52 minutos

17 outubro 2023

Cátedra UNESCO de Arquitectura de tierra_Conferencia_18 Oct 2023“Hot mixed lime. Mortars and earthen structures”_Nigel Copsey

(ES) 
Desde la Cátedra UNESCO de Arquitectura de tierra, culturas constructivas y desarrollo sostenible sigue información relativa la próxima conferencia que tendrá lugar el miércoles 18 de octubre de 2023 a las 13:00h en el Aula de Proyecciones de la Escuela Técnica Superior de Arquitectura de la Universitat Politècnica de València. El título de la conferencia es “Hot mixed lime. Mortars and earthen structures” y correrá a cargo de Nigel Copsey, artesano de Earth & Stone Lime Company.
(EN)
The UNESCO Chair Earthen Architecture, constructive cultures and sustainable development would like to inform you about the next conference.
The conference’s title is “Hot mixed lime. Mortars and earthen structures” by Nigel Copsey, craftsman at Earth & Stone Lime Company. It will take place on Wednesday October 18th 2023, at 13:00h, in the Aula de Proyecciones of the Escuela Técnica Superior de Arquitectura - Universitat Politècnica de València.


13 outubro 2023

Call for abstracts_Terra Education IV_Changing Scale_Changer d’échelle_Cambiar de escala_Grenoble_France_4-6 July 2024

Call for abstracts

Terra Education IV
Changing Scale Changer d’échelle | Cambiar de escala

Grenoble, France
4-6 July 2024


























[EN] Dear all,

Since the middle of the last century, efforts have been made to better exploit the potential of earth as a building material. All over the world, interest in earthen architecture is growing, and research centres are multiplying, as are training efforts.
However, the major projects carried out in the 1970s (e.g. "Village terre" in Villefontaine, France ; a social housing and infrastructure programme in Mayotte, etc.) did not become widespread. Their appropriation has often remained at the prototype or demonstrator stage. A situation which is not always easy to decipher. Is it lack of support from public authorities? Lack of interest from professionals? Lack of standards? Inadequacy for widespread use?
The Terra Education IV conference aims to take stock of this phenomenon(s) and to decipher the underlying mechanisms and/or strategies, in order to better integrate them into the research and training programs of the UNESCO Chairs network, and beyond. What actions have been taken and what conditions have been put in place to facilitate the implementation of large-scale projects? What partnerships have been established? What technological developments or construction processes have been developed? What scale of development is most appropriate for the sector (industrial, semi-industrial, artisanal, etc.)? Shouldn't strategic approaches be systematized, including the complementary activities of research, training, experimentation, support, etc.? 
THEMES
To address these questions, Terra Education IV invites you to contribute under one of 7 themes:
1. Conservation, rehabilitation and adaptation of heritage
2. Reverse engineering of local building cultures
3. Training (programs, professional certification, local ranchoring, etc.)
4. Partnerships and multidisciplinarity
5. Production sectors (innovation, production, technological research)
6. Characterization – Standardization
7. Strategic approaches : beyond the architectural project, the development project
Deadline submission of abstracts : November 26th, 2023
More information about the submission of abstracts and the conference can be found on the Conference website: https://terraeducation4.sciencesconf.org/
Terra Education IV is the 4th event of its kind, organised under the aegis of the UNESCO Chair "Earthen Architecture, Building Cultures andSustainable Development" and to mark the 40th anniversary of the creation of the post-master's degree in earthen architecture.

[FR] Chers collègues,
Depuis le milieu du siècle dernier, des efforts ont été déployés pour mieux valoriser le potentiel de la terre en tant que matériau de construction. Partout dans le monde, l’intérêt pour l’architecture de terre progresse, les centres de recherche se multiplient, ainsi que les efforts de formation.
Cependant, les grands projets réalisés dans les années 1970 (village de la terre à Villefontaine, France ; programmes de logements sociaux et d’infrastructures à Mayotte, etc.) ne se sont pas généralisés. Leur appropriation est souvent restée à l’étape du prototype ou du démonstrateur. Une situation qu’il n’est pas toujours facile de décrypter. Manque de soutien des pouvoirs publics ? Manque d’intérêt des professionnels ? Demande sociale trop limitée ? Absence de normes ? Inadaptation des solutions expérimentées à une diffusion large ?
La conférence Terra Education IV vise à faire le point sur ce(s) phénomène(s) et à en décrypter les mécanismes et/ou stratégies sous-jacentes, afin de mieux les intégrer dans les programmes de recherche et de formation du réseau de la Chaire UNESCO, et au-delà. Quelles actions ont été menées et quelles conditions ont été mises en place pour faciliter la mise en œuvre de grands projets ? Quels partenariats ont été établis ? Quelles évolutions technologiques ou processus constructifs ont été développés ? Quelles échelles de développement de la filière sont les plus adaptées (industriel, semi-industriel, artisanal, …) ? Ne faut-il pas systématiser des approches stratégiques, comprenant des activités complémentaires de recherche, de formation, d’expérimentation, d’accompagnement, etc. ?
THEMES
En réponse à ces questions, Terra Education IV vous invite à participer au travers de 7 thèmes :
1. Conservation, réhabilitation et adaptation du patrimoine
2. Rétro-ingénierie des Cultures Constructives locales
3. Formation (cursus, certification professionnelle, ancrage local, ...)
4. Partenariats et pluridisciplinarité
5. Filières de production (innovation, production, recherche technologique)
6. Caractérisation – Normalisation
7. Approches stratégiques : au-delà du projet architectural, le projet de développement
Date limite de soumission des résumés : 26 novembre 2023
De plus amples informations sur la soumission des résumés et sur la conférence sont disponibles sur le site web de la conférence : https://terraeducation4.sciencesconf.org/
Terra Education IV est la 4ème édition du genre, organisée sous l‘égide de la Chaire UNESCO « Architecture de terre, cultures constructives et développement durable » et à l’occasion du 40ème anniversaire de la création du diplôme post-master Architecture de terre.

[ES] Estimados colegas
Desde mediados del siglo pasado, se han realizado esfuerzos para explotar mejor el potencial de la tierra como material de construcción. En todo el mundo crece el interés por la arquitectura de tierra y se multiplican los centros de investigación y los programas de formación.
Sin embargo, los grandes proyectos realizados en los años 70 no se generalizaron. Su apropiación se ha quedado a menudo en la fase de prototipo o de demostrador. Una situación que no siempre es fácil de descifrar. ¿Falta de apoyo de las autoridades públicas? ¿Desinterés de los profesionales? ¿Demanda social limitada? ¿Falta de normas? ¿Soluciones probadas no aptas para un uso generalizado?
La conferencia Terra Education IV pretende hacer balance de este(os) fenómeno(s) y descifrar los mecanismos y/o estrategias subyacentes, con el fin de integrarlos mejor en los programas de investigación y formación de la red de la Cátedra UNESCO, y más allá. ¿Qué acciones se han emprendido y qué condiciones se han establecido para facilitar la realización de grandes proyectos? ¿Qué alianzas son necesarias? ¿Qué avances tecnológicos o procesos de construcción se han desarrollado? ¿Qué escala de desarrollo del sector es la más adecuada (industrial, semiindustrial, artesanal, etc.)? ¿No convendría sistematizar los enfoques estratégicos: investigación complementaria, formación, experimentación, apoyo, etc.? 
THEMES
En respuesta a estas preguntas, Terra Education IV le invita a participar en los 7 temas siguientes:
1. Conservación, rehabilitación y adaptación del patrimonio
2. Ingeniería inversa de las Culturas Constructivas Locales
3. Formación (plan de estudios, certificación profesional, arraigo local, etc.)
4. Asociaciones y multidisciplinariedad
5. Sectores productivos (innovación, producción, investigación tecnológica)
6. Caracterización - Normalización
7 Enfoques estratégicos: más allá del proyecto arquitectónico, el proyecto de desarrollo
Fecha límite para la presentación de resúmenes: 26 de noviembre de 2023
Encontrará más información sobre el envío de resúmenes y la conferencia en la página web de la conferencia: https://terraeducation4.sciencesconf.org/
Terra Education IV es el cuarto evento de este tipo, organizado bajo los auspicios de la Cátedra UNESCO "Arquitectura de Tierra, Culturas Constructivas y Desarrollo Sostenible" y con motivo del 40 aniversario de la creación del postgrado en arquitectura de tierra.