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28 novembro 2008

Cal_Vol.II

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Aplicações Normais e especiais de Cal:
Conforme anteriormente exposto, da hidratação da Cal resulta um produto (Leite de Cal) que se divide em dois, fundamentais: Água d Cal e Pasta de Cal. Ambos se aplicam directamente na construção da forma supra descrita.
No entanto, a sua combinação com outros produtos permite uma aplicação mais abrangente, como base da Realização de Argamassas: consiste na utilização da pasta de cal como ligante, na utilização da água de cal como amassadura, adicionando-se um inerte (areia) de granulometria conforme à finalidade da argamassa.




Argamassas Bastardas:
Neste capítulo, existe a possibilidade de na realização da argamassa juntar um pouco de cimento convencional, o que permite acelerar o tempo de presa, obtendo-se uma argamassa com as propriedades básicas das argamassas de Cal, mas com alguma “rapidez” inerente ao cimento (também, infelizmente, notada na sua inferior durabilidade). Designa-se este tipo de argamassa por “argamassa bastarda”.
Cal Hidratada com Óleo:
Um dos “segredos” mais bem guardados inerente à preparação e aplicação das argamassas de Cal reside, justamente, nos aditivos que se podem utilizar para obter argamassas com características melhores para cada tipo de utilização.
A sua realização remonta à antiguidade (Vitrúvio, Sec. I aC, Livro II, Capt. V), sendo a Cal o ligante fundamental de todas as construções da antiguidade, designadamente das construções Romanas.
A utilização de uma determinada quantidade de óleo no processo de hidratação da Cal produz uma espécie de betume, que ancestralmente se designava por galagala. Quando misturado este betume com areia e água, obtinha-se uma argamassa com excelentes qualidades para assentamento de alvenarias ou realização de rebocos.
A fortaleza de Ormuz, cuja construção foi ordenada por Afonso de Albuquerque no Sec. XVI, é um exemplo da utilização corrente deste tipo de argamassa, em acréscimo, a partir de Cal obtida de conchas variadas sobretudo, de ostras, como ligante das pedras de arenito vermelho com que a fortaleza foi erigida.

Os ventos fortes predominantes no local motivaram a erosão dos arenitos, permanecendo as juntas, actualmente, 400 anos depois, em relevo: pela dureza adquirida e extraordinária resistência da argamassa não foram erudidas pelo vento – caso típico em que a argamassa prevaleceu sobre a alvenaria. Fenómeno em tudo idêntico se pode verificar no anfiteatro Romano de Mérida (Emérita Augusta), salvo não ser conhecido que a Cal subjacente tenha, neste caso, sido hidratada com óleo – embora tudo leve a crer que sim. A diferença em relação a Ormuz, é que no caso de Mérida não estamos perante 400 anos, mas sim ... 2000 !
Em todo o caso, inúmeros estudos e exemplos demonstram a enorme durabilidade e dureza, além de salubridade, das argamassas de Cal Hidratada com Óleo, importando apenas registar que este tipo de Cal oferece as seguintes propriedades e características:

1. Enorme resistência e durabilidade
2. Grande plasticidade, sendo facilmente trabalháveis e aplicáveis em obra
3. Grande aderência às superfícies, não descolando facilmente durante a aplicação
4. Ausência de fissuras durante a secagem e endurecimento, ao contrário das argamassas
de Cal normais
5. Permitem a respiração da construção, seja por aplicação no reboco, seja na junta da alvenaria. Este aspecto é fundamental, pois impede a condensação de humidade no interior das casas, tornando os interiores sãos.

A cal purifica o ar, porque devido à sua composição química, absorve o dióxido de carbono durante o processo de carbonatação da Cal. De facto, a Cal empregue em construção encontra-se hidratada ou extinta, isto é, na forma Ca (OH)2. Quando é empregue em construção sob a forma de argamassa, o seu endurecimento resulta da absorção de dióxido de carbono para que a sua transformação em carbonato de cálcio ocorra. A este processo (de endurecimento) se dá o nome de Carbonatação:

Ca (OH)2 + CO2 = CaCo3 + H2O
Processo Químico em que:

Cal Hidratada Dióxido de Carbono Carbonato de Cálcio Água (que se evapora)
6. È hidrófuga, isto é, preserva a parede da humidade exterior, combatendo a formação
de sais na alvenaria
7. É polivalente, pois tanto pode ser aplicada como argamassa de cal AÈREA (presa em contacto com o Ar) como numa argamassa de cal HIDRAULICA (presa em contacto com água ou ambiente húmido)
8. A Cal é um produto ECOLÒGICO porque a sua produção ou fabrico resulta de uma Calcinação a temperaturas de 600o C a 800 oC, que se obtém por queima de lenhas normais, e ao longo da sua vida, absorve CO2, contrariamente ao cimento, que se obtém a temperaturas não inferiores a 1450oC, o que implica a queima de combustíveis fósseis bem como uma enorme libertação de CO2 para a atmosfera (a produção de uma tonelada de cimento origina a libertação de cerca de uma tonelada e meia de CO2 para atmosfera!).
9. A nível estético, nada se compara à textura, cor, brilho de uma superfície rebocada e caiada a Cal, pois os micro cristais presentes na argamassa e na caiação, bem como a normal irregularidade do trabalho, permitem a luz ser reflectida com matizes suaves e subtis na mesma superfície do mesmo reboco, contrariamente à pintura com tintas industriais, em que a subtileza não existe.
10. A cal envelhece com dignidade, isto é, o seu processo de degradação é permanente e subtil, acontece por matizes, e se na realização do reboco, for desde logo incorporado o pigmento de cor da caiação final, o processo de envelhecimento é suave e virtualmente pode ocorrer de forma contínua ao longo de séculos sem que a edificação perca dignidade e aparência.
Cal Hidratada com Óleo e outros aditivos:
É comum aditivar à Cal aditivos de cor (pigmentos) seja para cal em pasta seja em leite de cal para caiação, aditivos desejavelmente resultantes de pigmentos naturais tais como, por exemplo, os óxidos de ferro, que resultam na gama de vermelhos a amarelos tão frequentes na nossa arquitectura tradicional.
Notei como exemplo único, na região do Douro e nos anos que ali trabalhei, que a mistura das cascas das uvas, após a sua retirada do lagar, na altura da hidratação da cal, dotavam a Cal de uma cor fortemente escura, vermelha tinta, que posteriormente, após a decantação, produzia ora uma argamassa ora uma tinta de caiação de cor púrpura, muito rara. Este método foi-me ensinado por um velho artesão da Quinta de Vargellas, já falecido, e nunca o encontrei noutro local, nem qualquer outra referência à sua utilização.
Recentemente, análises químicas aos rebocos hidráulicos do sistema de canais da Pont Du Gard, na Provença Francesa, revelou que no processo de hidratação da Cal teriam sido misturados Figos Tintos esmagados.
A Figueira possui uma seiva, (que toda a gente conhece como leite de figueira) que se encontra também na casca dos figos, e que reagindo com a temperatura elevada, além de “corar” a argamassa para a intrigante cor vermelho-tinto que ainda hoje possui (2000 anos depois), motiva que a substância leitosa da figueira (da família do Látex) emulsionada com a argamassa, lhe dê características de total impermeabilidade e aspecto quase vitrificado, de enorme dureza. Durante muitos anos, o mistério da dureza e da cor da argamassa de aspecto quase vítreo que revestia o canal de condução de água deste monumental aqueduto, era um mistério.

Afinal, eram apenas... figos. A aplicação criteriosa de substâncias naturais pode conduzir a produtos de qualidade incomparável, que nem a mais avançada das indústrias actuais pode oferecer.
(Qual a marca industrial de aditivos hidrófugos que oferece... 2000 anos de garantia ?)
Múltiplas experiências podem ser realizadas, embora na prática o mais comum seja encontrar
aditivos com a finalidade de pigmentar a Cal.
É sabido que diversas substâncias interagem com a Cal, proporcionando-lhe qualidades idênticas de Cal Hidratada com óleo, desde que aditivadas durante o processo de hidratação, tais como:
Mais frequentes e actuais:
· Velas de sebo de carneiro
· Óleo de Linhaça
Outrora utilizadas correntemente:
· Azeite
· Borras de Azeite
· Outros Óleos vegetais
· Óleos Animais (de Peixe, de Baleia, etc)
Por razões evidentes, não se recomenda a utilização de óleos animais na actualidade.
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Fonte: http://www.jlu.pt/downloads/NORMA_CAL.pdf


(....) Continua no próximo post

24 novembro 2008

Cal_Vol.I

Apresentamos agora um texto publicado por Jorge Lira Unipessoal, lda sobre a CAL, elemento importante no domínio da construção em Terra crua, explicando a sua Natureza, como se obtém, a sua preparação e as diferentes aplicações.
Por razões de dimensão do trabalho, optámos por dividi-lo em 3partes.

"A cal pura não se encontra na natureza.
A que se pode encontrar em venda, e que depois de tratada, se utiliza na composição de argamassas para construção, sob a forma designada como CAL PURA, CAL VIVA ou antigamente designada por CAL VIRGEM, resulta do aquecimento de pedras de calcário ou calcite (por exemplo, proveniente das minas de Stº Adrião) em fornos próprios (os fornos da Cal) a temperaturas elevadas (cerca de 600o C a 800 oC), processo que se designa por Calcinação.

Na ausência de pedra calcária, podem-se utilizar quaisquer resíduos de natureza calcária ou com em que o cálcio tenha componente significativa (por exemplo, cascas de crustáceos e mariscos, ossos ou ainda, qualquer tipo de coral) o que resulta em pastas e argamassas de tipo totalmente diverso, mas não menos robusto ou duradouro (por exemplo, a fortaleza de S. Jorge da Mina foi erguida por portugueses com recurso a argamassas de cal obtidas através da calcinação de cascas de mariscos locais).

Durante o processo de calcinação o que ocorre é que o óxido de cálcio é extraído, processo este que dá posteriormente ao produto resultante a capacidade de reagir com a água e posteriormente, quando já misturado com a argamassa, endurecer em contacto com o ar ou com a água.

Esta propriedade de endurecimento em contacto com o ar ou com a água explica a realização bem sucedida de muitas obras de construção sub aquática em períodos da história em que outras tecnologias mais sofisticadas não estavam disponíveis, tal como a construção de Pegões e pilares de pontes dentro leitos de rios.
O tempo necessário para se completar completamente a operação e o endurecimento só pode, caso a caso, ser fixado em termos absolutos por experiências, pois não depende exclusivamente da natureza da pedra calcária nem da qualidade do combustível, mas também do sistema do forno, da sua capacidade, do estado da atmosfera, da força do vento... como em qualquer sistema não industrial, o processo artesanal de obtenção da Cal é “temperamental” e apenas uma prática longamente adquirida poderá manter um controlo do sistema mais ou menos eficaz.
A presença do vapor de água facilita a calcinação pelo que convém que os calcários tenham alguma humidade. Durante o processo de calcinação, os calcários deverão perder cerca de 45% do seu peso original, perdendo também volume de forma significativa.
Ao resultado de um processo de calcinação excessivo dá-se o nome de CAL MORTA ou
CAL QUEIMADA, que no respeitante à construção, para nada serve.
Hoje em dia, a Cal disponível provém de fontes industriais em que a sua produção é controlada com factores objectivos, resultando um produto homogéneo.
Na construção, utilizam-se dois tipos de Cal:
Cal Aérea
Cal Hidráulica

Para finalidades e usos diversos.
A CAL AÈREA só endurece em contacto com o ar, sendo adequada para ligante de juntas de alvenaria e para rebocos.
A CAL HIDRAULICA endurece em contacto com a água ou em ambientes predominantemente húmidos, servindo para construção de cisternas, poços, pontes, azenhas, fundações em geral. Ambas resultam da Cal Viva que provém da calcinação da pedra calcária, ambas se podem actualmente encontrar disponíveis à venda de forma já preparada no mercado. No entanto, para se obter uma melhor qualidade, a CAL DEVERÀ SER PREPARADA EM OBRA.
Ao processo de preparação da Cal chama-se a sua EXTINÇÂO ou HIDRATAÇÃO.
O processo de extinção da Cal resume-se à reacção química (exógena) resultante da adição de água à Cal Viva, em pedra, o que conduz a uma espécie de efervescência e forte libertação de calor (até cerca de 300oC) e que como produto final resulta na transformação das pedras de Cal Viva em pó ou em pasta.
Este processo de Extinção da cal (também, e mais correctamente, chamado de Hidratação da Cal requer bastante cuidado porque as altas temperaturas, em associação com a natureza química alcalina do produto, podem provocar queimaduras graves.


Há vários processos fundamentais de extinção (hidratação) da Cal:

a) Por fusão ordinária: colocando a Cal Viva num recipiente adequado, lança-se sobre ela uma quantidade de água suficiente para se dar a hidratação completa (quantidades a definir adiante)

b) Por imersão: colocando a Cal Viva partida em pequenos fragmentos em sacos de pano ou cesto de verga, mergulha-se o recipiente alguns segundos na agua, retirando-se quando se verifica iniciar-se o processo de efervescência, repetindo a operação algumas vezes. Em poucos minutos, a Cal fica reduzida a pó.

c) Por Extinção Espontânea: abandona-se os fragmentos de Cal Viva à acção lenta e contínua da atmosfera, em local húmido mas abrigado, pois a humidade será lentamente absorvida. Este método é claramente vantajoso, pois ao final de cerca de três meses, o produto obtido é designado por cal gorda que resulta de muito melhor qualidade do que se fosse realizado por qualquer dos dois métodos anteriores.
d) Extinção por irrigação: colocam-se os fragmentos de Cal Viva sobre estâncias (tabuleiros) de madeira e regam-se lenta e cuidadosamente com um regador. A vantagem deste método é que realiza uma reacção mais lenta do que o método a) e b), mas contrariamente ao c) é um método expedito, e o controlo da rega, tão lenta quanto o possível, permite controlar o processo de hidratação da cal. Este é o processo mais comum.
Em qualquer dos casos, a água a utilizar deve ser pura e doce, isenta de salinidades, pois caso contrário, as salinidades presentes na água aparecerão futuramente na argamassa, fazendo migrar os sais para as superfícies das construções. Após o processo de hidratação ou extinção, o resultado TEM de ser crivado em peneiro de rede metálica fina, retirando todas as pedras e impurezas resultantes, depositando o filtrado num recipiente alto, para repousar. Após o processo de repouso, que não é mais do que uma decantação, poderemos utilizar a Cal sob forma dos seus derivados.
Derivados da Cal:
A Cal comum quando hidratada (também designada como cal apagada ou extinta) na quantidade exacta de água, transforma-se em pó, que por sua vez é solúvel em cerca de 700 vezes o seu peso.
Se a água for em maior quantidade do que a estritamente necessária para completar a hidratação, forma-se uma pasta mais ou menos espessa a que se dá o nome de Leite de Cal.
Em repouso, o leite de cal sedimenta, e à superfície formar-se-á uma água límpida a que se chama Àgua de Cal, sendo que no fundo o sedimento resultante se chama Pasta de Cal.
· O Leite de Cal serve para a caiação e para a base das tintas tradicionais com base em cal e pigmento
· A Água de Cal serve para a consolidação de alvenarias, tijolos, pedras em desagregação, recolagem e consolidação de rebocos. Pode ser utilizada como àgua de amassadura1, pois acelera deveras o tempo de presa2 da argamassa de Cal.

1 Água de amassadura é a água utilizada para realizar uma argamassa, ou seja, a quantidade de água que se junta ao ligante, inerte e
(eventualmente) pigmento para formar a argamassa.
2 Presa: tempo que uma argamassa leva para endurecer

· A Pasta de Cal serve para trabalhos em estuque ou aplicação em rebocos exteriores e interiores, chamados “estanhar a Cal” o que consiste na aplicação da pasta de Cal e seu alisamento à colher de estucador, à maneira de um betume ou tapa poros, e deve ser realizado de acto imediato à aplicação da base (reboco) e no início da sua presa, para que as camadas de reboco e de estanhada se liguem de forma indivisível.
Fonte: http://www.jlu.pt/downloads/NORMA_CAL.pdf
(....) Continua em próximo post

Fazer a Taipa_Taipa




Escolher a melhor Terra_Taipa







21 novembro 2008

20 novembro 2008

15 novembro 2008

Enraizamento_Simone Weil

Enraízamento

Seria fútil afastarmo-nos do passado
e só pensarmos no futuro.
Já é perigoso e ilusório acreditar
que tal possibilidade existe.

A oposição entre futuro e passado é absurda.
O futuro nada nos traz, nada nos dá.

Somos nós que, para o construir,
temos de dar-lhe tudo, dar-lhe a nossa própria vida.

Mas para dar é preciso possuir,
e não possuímos outra vida,
outra seiva,
que não sejam os tesouros herdados do passado
por nós digeridos, assimilados, recriados.

De todas as necessidades da alma humana,
não há nenhuma mais vital do que o passado.

Simone Weil
Filósofa francesa (1903-1943)
Excertos de L'enracinement,
Éditions Gallimard, Paris, 1950.

14 novembro 2008

Eventos_Biohabitar 2008_Brasil


BIOhabitar 2008

I Encontro Nacional e II Congresso Internacional de Geobiologia e Bioconstrução Belo Horizonte, MG de 11 a 14/12 - 2008
- sustentabilidade- construções saudáveis- ecologia- palestras e oficinas práticas
O BIOhabitar é uma iniciativa do IBG (Instituto brasileiro de Geobiologia) em parceria com a Escola de Arquitetura e Urbainsmo da UFMG, e pretende tornar mais directo o vínculo entre estas duas ciências de criação de espaços saudáveis e sustentáveis e tornar público e prático o acesso a este acervo de conhecimentos. Aceda a www.BIOHABITAR.com.br para mais informações.

Programação
Dia 11/12/2008

08–10h – Check in e inscrições p/ oficinas.
10–12h – Palestra Inaugural - Sustentabilidade, Uma Visão Global Tião Rocha (CPCD)
14–18h – Oficina Geobiologia – Técnicas de locação saudável de edificações Allan Lopes (IBG)
– Oficina Teto Vivo Flávio Duarte e Bruno Azevedo
– Oficina Saneamento Descentralizado (Wetlands Construídos) André Baxter
– Oficina Bambu – Estrutura Geodésica Mônica Smits
18–19h – Abertura Cultural

Dia 12/12/2008
08–10h – Arquitetura de Terra Flávio Duarte e Marco Antônio (UFMG)
– Sustentabilidade e Certificação Karine Golçalves
–Tensegrity – estruturas naturais em tensão integral Paulo Kruger
– Eletromagnetismo e saúde Adilza Dode (UFMG)
10-12h – Alfatetura - Palestra geral – Projetando com o lado direito do cérebro Johan Van Lengen (TIBA)
14-18h – Oficina Arquitetura de Terra
Construção de painel de Pau-a-Pique Flávio Duarte e Marco Antônio (UFMG)
– Oficina Certificação de Sustentabilidade para Edificações Karine Golçalves
–Oficina Construção de estrutura (treliça espacial) em modelo Tensegrity Paulo Kruger – Oficina Alfatetura Johan Van Lengen (TIBA)

Dia 13/12/2008
08 – 10h – Permacultura na Construção Marcelo Bueno (IPEMA).
– Paisagismo Sustentável Toni Backes
– Geometria natural – Formas e Funções na edificação - Allan Lopes
– Geobiologia e Arquitetura Viva Flávio Duarte (IBG)
10–12h – Palestra geral Civilização do Bambu Lucio Ventania (BAMCRUS)
14–18h – Oficina Permacultura Marcelo Bueno (IPEMA).
– Oficina Jardins saudáveis e sustentaveis Toni Backes
– Oficina Geometria - Proporção áurea Allan Lopes
– Oficina Geobiologia e Arquitetura Viva - Técnicas de medição de salubridade Flávio Duarte (IBG)
20h – BIOfesta (local, programação e valores à confirmar)

Dia 14/12/2008
08–10h – Palestra geral Qualidade de Vida e Sustentabilidade Taquinho (UFMG)
10–12h – Oficina Selo Nacional de Eficiência energética em edifícios Roberta Vieira (UFMG)
– Oficina Casa natural Carlos Solano
– Oficina Geobiologia Materiais saudáveis para construção Allan Lopes
– Oficina Geobiologia e Bioconstrução na América Andina Ka Ribas
12–13h – Encerramento cultural

Arq_Terra_Arquitectura_Rick Joy_USA

As imagens seguintes mostram algumas obras do Arquitecto americano Rick Joy, com técnicas contemporâneas de terra crua estabilizada, moradias no deserto, e o Gabinete de Arquitectura e Habitação do próprio, em Tucson, Arizona, USA.




Rick Joy's studio


Palmer House


Tucson Mountain House

07 novembro 2008

Arq_Terra_Split House, Yanqing, Beijing, China




Split House, Yanqing, Beijing, 2002
Arq. Yung Ho Chang

Localizada nas montanhas a Norte de Beijing, próximo da Grande Muralha da China, esta casa projectada pelo Arq.Yung Ho Chang, está dividida ao meio, fazendo entrar a envolvente. No centro, um pátio, uma área de estar exterior conformada pelas montanhas por um lado e pela casa, com as suas duas metades, por outro. A linha que separa a envolvente natural e a arquitectura é assim difusa e mistura ambas.
A split house é na sua génese um prótotipo flexivel: o angulo entre as duas metades pode ser ajustado para integrar a casa em diferentes topografias. Pretende também ser uma proposta ecológica, a sua estrutura modular de madeira laminada e paredes em taipa, garantem poupanças de custos e energia e o mínimo de impacto ambiental no local.

Fotos_Taipa_França

As imagens que se seguem mostram alguns bons exemplos de construção em Taipa, "pisé" em França, influência decisiva do arquitecto francês Francois Cointeraux (1740-1830).









Foi ele o pioneiro na utilização destas técnicas nos tempos modernos. Por volta de 1797 inventou diversos processos para estabilização da terra de forma a aumentar a sua resistência mecânica e química e a adaptação às novas tendências arquitectónicas da época, que tinham sido lançadas por arquitectos visionários como Claude Nicolas Ledoux (1736-1806) e Etienne Louis Boulee (1728-1799).
Cointeraux não foi apenas um teórico, foi também um construtor, um iluminado professor e publicou inúmeros textos, que foram lidos não apenas na Europa, mas também nas Américas e Austrália.
Durante mais de um século, os seus desenhos foram aplicados na construção de fábricas, escolas e edifícios públicos, bem como ambientes diversos, desde as habitações e palacetes nobres às residências de classe média, a habitação social, até edifícios de apartamentos de cinco pisos.

Cointeraux, pode assim ser considerado o inventor da Arquitectura moderna em Terra há duzentos anos atrás. Nas regiões francesas de Grenoble e Lyon, onde viveu, diversos registos do seu talento criativo, como estes das imagens, permanecem em perfeitas condições, contribuindo para a divulgação do património vernacular urbano e rural construído em terra. Estas regiões são, neste sentido um vasto museu ao ar livre das mais antigas e mais modernas técnicas de construção em terra.