Páginas

05 julho 2021

Exemplo_Alnatura Campus_Darmstadt_Alemanha

© Foto: Lars Gruber
Fachada em terra comprimida no Alnatura Campus em Darmstadt, na Alemanha
Prémio German Sustainability Award Architecture 2020

Alnatura Campus em Darmstadt, Alemanha
Arquitectos: Haas Cook Zemmrich Studio 2050, Stuttgart
Consultor Energético: Transsolar, Stuttgart
Estruturas: Knippers Helbig, Stuttgart
Construtor: Lehm Ton Erde Baukunst GmbH
Ano de construção: 2016 - 2017
Dados Gerais: 55,000 m2 Campus
13,500 m2 Ambiente de trabalho Alnatura
18.93 m Cércea máxima
94.40 m Comprimento do Edifício
384 Número de blocos em terra
1000 m3 Volume Cisterna drenagem pluvial
82 kW Sistema de energia Geotérmica
90 kWp Sistema Fotovoltaico
155 Nº Lugares de parqueamento p/ Bicicletas

O atelier Hass Cook Zemmrich Studio 2050 projetou o maior edifício de escritórios da Europa com uma fachada em taipa para o grupo de retalho Alnatura.
Em estreita cooperação com os especialistas em construção em terra crua da Lehm Ton Erde (Martin Rauch ) e a Transsolar, desenvolveram um sistema de construção em que grandes blocos de terra argilosa com isolamento integrado são pré-fabricados em fábrica e colocados em obra.
A sede da empresa Alnatura é o coração de um amplo complexo. O seus 10.000 m² de área oferecem espaço para até 500 funcionários, um restaurante vegetariano, localizado no piso térreo, também aberto ao público. Especializada na venda de produtos biológicos e há já algum tempo seguindo uma ambiciosa estratégia de sustentabilidade, a solicitação por parte da empresa por um novo edifício, ecologicamente sustentável para instalar a sua sede não foi surpresa.
Amplo, simples, sustentável e orientado para as pessoas, esta é descrição para o edifício Alnatura.
Construído na cidade de Darmstadt, no local do antigo Quartel 'Kelley' do Exército dos EUA, o edifício do Campus Alnatura é hoje um marco arquitetónico em termos de sustentabilidade, eficiência de materiais e implementação de novas formas de trabalho num edifício de escritórios.
Cada um dos elementos de taipa nas paredes exteriores mede 3,5m x 1m (e pesa cerca de 4,5 toneladas) ao longo das fachadas norte e sul para formar 16 segmentos de parede, cada um com 12 m de altura. Outra característica notável desta construção é que estes blocos foram fabricados numa fábrica temporária, acomodada num antigo estacionamento de tanques localizada num terreno próximo e posteriormente demolida. As fachadas têm uma espessura total de 69 cm, que compreende uma concha externa de taipa de 38 cm, uma face interna de 14 cm e um núcleo/camada de isolamento de 17 cm entre elas. Esta última consiste em cascalho de espuma de vidro reciclado (foam-glass gravel made of recycled glass). Neste caso, o isolamento térmico foi inserido nos elementos de parede enquanto a parede de terra argilosa se encontrava em construção.
Pormenor / Detalhe da fachada
© Fotos: Jakob Schoof
As paredes contêm não apenas argila recolhida de Westerwald e pozolanas da região de Eifel, mas também terra reciclada escavada do túnel do Projeto da Estação de Comboios 21 de Estugarda.
Barreiras de erosão horizontal consistindo de argila e argamassa de cal foram integradas a cada 30 a 60 cm, a fim de conter a natural erosão superficial. Assim estas diminuem a força dos fluxos de água e neve, minimizando assim a erosão referida.
Graças à durabilidade do material bem como às excelentes propriedades das argilas em termos de regulação da humidade e capacidade de armazenamento térmico, o edifício preservará o seu valor durante um longo período de tempo.
Para além da manutenção normal do edifico, nenhuma limpeza ou trabalhos complexos de limpeza serão necessários na fachada.
No interior do edifício, as superfícies respiráveis ajudam a equilibrar não só o clima interior, mas também o desempenho acústico das áreas de escritórios adjacentes.
A pegada ecológica do novo edifício foi alvo de avaliação e abordagem científica, com investigação sobre a quantidade de energia total necessária para produção, transporte, armazenamento e ou descarte/reciclagem dos principais materiais de construção, o que levou a soluções inovadoras de economia e gestão de recursos para os diferentes componentes do edifício.
O resultado é um edifício de alto desempenho e eficiência em termos de energia, com conforto interior otimizado através de materiais recicláveis ​​e naturais, como a estrutura do telhado de duas águas de madeira e claro as suas extensas fachadas de terra crua.
Para saber mais sobre este projecto ver aqui.

1 comentário:

Arq. Paulo Ortiz disse...

Enquanto alguns países levam muito a sério as possibilidades das argilas na construção, outros que tiveram pioneirismo as desvalorizam por pura ignorância.
Parece que as mudanças desses comportamentos atrasados estão se aproximando.
Abraços
Paulo Ortiz