Páginas

29 março 2022

Blocos BTC_Amaco

©Amaco_Blocos de terra comprimida, com origem de escavação

Webinar_Alternative Building Methods

Alternative Building Methods Webinar
Ever wanted to learn about sustainable building techniques such as rammed earth and straw bale? This webinar will provide information about the processes involved and some inspiration for your own sustainable build. 
Straw Bale Building with Lance Kairl, House of Bales. Licensed builder and building works supervisor, South Australia’s most experienced and respected strawbale builder. 
Rammed Earth Building with Stephen Dobson B.Eng., B. Comm., MIEAUST ( Ret'd ), Reg'd Builder WA 3982 ( Ret'd), EBAA Committee Member (Life Member), Director, Ramtec Pty Ltd. Proudly presented by Gawler Environment Centre with support from Northern and Yorke Landscape Board.

24 março 2022

Conference_Design Talks_Francis Kéré


African architecture should stop copying the West, engage the real needs of the people and regard the environment, says Diébédo Francis Kéré.
Looking at the housing situation in West Africa, architect Diébédo Francis Kéré (Kéré Architecture) says that Africans should stop imitating the Western way of building and rather adapt it to their own needs – and the needs of the community – in order to cope better with the weather patterns in the region. Due to the lack of a secure income, people build their houses themselves... and as models, they just copy the neighbouring house. In this part of the world, we only have one school for architecture, says Kéré. Kéré believes the built environment in Africa should adapt to nature, while maintaining the cultural richness of the people. He talks about his dream to make things better in his home country of Burkina Faso and tells how he has been introducing traditional building techniques that allow for natural ventilation to the communities in West Africa. By giving the community a framework within which to work, he encouraged the people of Burkina Faso to build houses that breathe. Looking at various architectural projects in West Africa, Kéré points to the merits of clay building techniques.

23 março 2022

Miguel Ferreira Mendes_Artigo_Jornal Sudoeste_Rui Graça

Artigo publicado pelo Arq. Rui Graça no jornal Sudoeste - quinta, 24/02/2022
Miguel Ferreira Mendes
'O intenso calor de Julho apenas é cortado por uma pequena brisa do Atlântico, não muito distante dali. Um pequeno grupo de jovens, debaixo de um razoável sobreiro, abre com cuidado a caixa de madeira (taipal) que deu forma ao bloco de taipa que se revela pela primeira vez aos seus olhos curiosos. A terra nua e crua que se destapa é apreciada, tocada, cheirada, como se de uma obra de arte se tratasse.
Os trabalhos são seguidos de perto pelo arquitecto Miguel Ferreira Mendes, o formador do curso de construção em taipa organizado pela Ordem dos Arquitectos, que eu tive o prazer de receber no picadeiro do nosso turismo rural em São Luís, para o último dia do curso, destinado à componente prática.
Se a construção em terra tem levado o Miguel aos quatro cantos do mundo, regressa sempre que pode a Odemira, um dos locais onde a aventura deste tipo de construção começou para ele.
Antes da aventura, o Miguel trabalhava na Câmara Municipal de Évora onde, na ocasião de um atendimento técnico, conheceu o arquitecto Alexandre Bastos, que já referi várias vezes por ser um dos pioneiros da retoma da construção em taipa nos nossos dias. A reunião acabou e o Miguel, que já se interessava por construção em terra, ficou com a certeza que Odemira era a sua próxima paragem!
Já a trabalhar no atelier do Alexandre Bastos conheceu a saudosa Teresa Beirão, arquitecta com quem embarcou para Moçambique, para o primeiro programa de ajuda externa de habitação em países carenciados.
Rui Graça - Ao contrário do que eu tenho dito várias vezes, que a taipa é um "produto" regional, levaste-o na bagagem para o aplicar em Moçambique. 
Seria interessante explicares como correu esse processo, o que se aproveitou da nossa cultura e o que chocou com ela.
Miguel Mendes - Entendo bem o que queres dizer com "produto regional"... e, no caso do Alentejo e de Odemira em particular, é-o sem qualquer dúvida... mas a verdade é que a taipa é como a gastronomia ou a música: é um produto regional de todo o lado, com especificidades decorrentes do contexto físico, social, económico, cultural, ambiental, etc. De resto, como toda a construção em terra ou, se quisermos, qualquer cultura construtiva local.
Quando o projecto de Moçambique teve início, em 2005, eu já tinha feito as minhas primeiras construções em terra dez anos antes, num contexto experimental e académico que foi a minha infância neste domínio; mais tarde, vivi um processo de descoberta ... a juventude... trabalhando com os arquitectos Alexandre Bastos e Teresa Beirão; em seguida, fiz o post-masters do CRAterre, onde o carácter científico e experimental me permitiu passar à idade adulta. Quando aterrei em Moçambique, mais do que dominar uma técnica (taipa, ou outra), eu já conseguia compreender um material (terra) e entender quais os aspectos que podem e devem ser relevados ou atenuados num ou noutro contexto... nas palavras do arq. John Turner: "um material não vale pelo que é, mas pelo que pode representar para a sociedade".
E a inteligência e a sensibilidade, tal como a terra, também têm índice de plasticidade : se ele é pequeno, tudo se esboroa; se é muito grande, corremos sérios riscos de "fissura após secagem". Ou seja, uma intervenção do género da que decorreu em Moçambique deve, na minha opinião, deixar sempre lugar a que essa inteligência e sensibilidade vão moldando o processo à descoberta do contexto... e essa descoberta é mútua e interativa, porque os destinatários directos deste tipo de programas têm também o seu próprio processo de descoberta, aprendizagem e decorrente reacção, ao longo do projecto, e com isso vão também moldando o próprio contexto, numa evolução em simbiose.
É muito frequente eu fazer comparações entre a arquitectura e a música, e aqui também me parece que poderia simplesmente dizer que isto é jazz... sabes as escalas, os modos, a linguagem, os recursos técnicos e linguísticos, etc.; dão-te um tema, eventualmente um ritmo e uma harmonia; agora improvisa! E fá-lo como julgas ser melhor para os restantes músicos que estão em palco contigo, para o público e para ti próprio.
Ou seja, eu e a Teresa fomos a Moçambique fazer jazz :).
E sabes que mais? Desde o projecto, ao local de implantação, ao programa, às práticas, aos conteúdos, aos próprios participantes, tudo acabou por ser deliciosamente diferente do que estava previsto... nem a mais pequena previsão se concretizou. Pessoalmente, isso foi uma experiência extraordinariamente enriquecedora e o grau de nada que tínhamos (todos) à chegada, comparado com os resultados que conseguimos (todos) obter... e que duram até hoje... fez com que, desde então, eu só receie projectos e missões onde tudo insiste em bater certo desde o início.
RG - A partir de Moçambique, formaste uma ligação muito sólida com a Associação "CRAterre". Será que podes explicar o objectivo desta organização e a importância da mesma para o conhecimento e aplicação de construção em terra a nível mundial?
MM - Na realidade, a minha ligação ao CRAterre pouco tem a ver com Moçambique, eu estudei no CRAterre e comecei com algumas colaborações com esta organização ainda antes de ir para Moçambique. Mas, de facto, a experiência de Moçambique, pelas razões de que falo atrás, deu-me um ânimo incrível para ir para quase qualquer tipo de contexto com um grande optimismo... digamos que o meu factor desenrascanço sofreu um sério incremento, em Moçambique.
O CRAterre é a grande referência mundial, a nível da construção em terra, e entidade pioneira da sua retoma no mundo ocidental, com início de actividade nos anos 70. É uma entidade "tridimensional": é um laboratório de investigação e experimentação, sediado na ENSAG - Escola de Arquitectura de Grenoble (França) e integrante da Unidade de Investigação Arquitectura, Ambiente & Culturas Contrutivas (AE&CC); é a entidade que, na ENSAG, dá formação, nomeadamente, o DSA (post-master, 3º ciclo), com uma frequência bianual, e que forma alunos licenciados (sobretudo arquitectos e engenheiros, mas também geólogos, artistas, antropólogos, etc.) de todo o Mundo, em arquitectura de terra e desenvolvimento sustentável; e é uma associação (do tipo ONG), que desenvolve e participa em projectos de Património, Habitat e Materiais com vários parceiros e contextos em mais de 100 países, até hoje. A minha relação com o CRAterre é antiga e múltipla: estudei no DSA de 2000-2002, sou membro da associação ONG, e faço parte da equipa, há vários anos, quer enquanto membro da equipa de projectos, quer enquanto investigador associado do laboratório. Em termos concretos, representa uma boa fatia da minha actividade profissional, sobretudo no que toca a missões e projectos em diversos países e contextos.
Relevaria três aspectos, da actividade do CRAterre: um enorme conhecimento adquirido e competência; uma base ética e filosófica inabalável e que se reflete na operacionalidade; uma capacidade (cultivada) rara em trabalhar com os parceiros e as populações de forma horizontal, sem processos de 'endoutrinamento' e em processo de valorização e aprendizagem mútuas. Isto dá uma dimensão humana e filosófica à construção com terra que me parece indispensável.
RG - A tua ligação à "CRAterre" abriu-te portas para vários destinos exóticos. Obviamente que nessas andanças de "arquitecto sem fronteiras" deves ter coleccionado experiências inesquecíveis. Podes contar-nos algumas dessas experiências que mais te marcaram?
MM - Teria muitas e muitas horas de coisas para contar! São mais de 15 anos e dezenas de missões, em contexto de carência, desenvolvimento, pós-catástrofe, na maior parte das vezes realizadas a solo, com os parceiros locais ou a população local. O que marca mais? A raiva, perante a miséria extrema das populações, que não consegues explicar! O horror, perante os escombros físicos e humanos de uma catástrofe natural! A desolação perante o olhar longínquo dos migrantes e deslocados! A impotência dos carenciados, face a fenómenos de poder viciado e corrupto! Tudo isso marca, de forma indelével...
Mas o optimismo deve ser 'defeito de fabrico' de quem anda nestas coisas (ou não andaria), e acaba por me marcar bem mais, coisas como a astúcia e a nobreza com que as populações e as pessoas fazem face a situações que arrepiariam o lombo a qualquer europeu, ou a inteligência das estratégias que desenvolvem para o seu quotidiano, ou ainda a ironia, por vezes trágica, que existe nas entrelinhas dessas vidas.
Em 2016 estive envolvido no projecto de construção de campos de refugiados no norte da Síria. O projecto era promovido pelo Crescente Vermelho (correspondente à Cruz Vermelha, em países muçulmanos) do Qatar. A minha missão, enquanto perito CRAterre, era de acompanhar o processo de definições construtivas e de projecto urbanístico e arquitectónico, nas suas variantes. Curiosamente, nessa situação, foi por meu conselho que eles abandonaram a ideia de construir em taipa... uma técnica totalmente exógena e desconhecida pelos intervenientes, excepto a partir de fotos... e passaram ao adobe, que é uma técnica ancestral naquela região, bem mais adaptada ao clima e à terra disponível (daí, ser ancestral, está bem de ver). Na totalidade dos sítios por onde ando e andei, há um fascínio pelo brilho das coberturas em chapa... que trazem uma ideia de modernidade e sofisticação, um fogo-fátuo de civilização... e uma rejeição liminar pelas coberturas em fibras (colmo, palha, etc.). No Haiti, na Guiné-Bissau, em Madagáscar, em Moçambique, no Nepal, etc., toda a gente tenta ser criativa na formulação de razões pelas quais alegam que as coberturas em fibras não funcionam, e torna-se impossível fugir à chapa ondulada, sob pena de descredibilizar todo um processo por causa de um "pormenor". De repente, na Síria, deparo-me com um pedido expresso de que as coberturas sejam planas, em terra. Fiquei extremamente motivado, quer pelo entusiasmo de realizar tal solução construtiva, quer pela constatação de que estava perante pessoas que, deduzira eu, já tinham ultrapassado os estigmas em relação aos sistemas vernaculares. Só não entendi porque reagiram com frieza à minha exultação. Percebi, quando me explicaram que, num passado muito recente, tinham construído campos de refugiados com coberturas em chapa, e que, ainda mal estavam ocupados, e já estavam a ser bombardeados por aviões que usavam o brilho da chapa como 'detector' e mira.
É natural sermos confrontados com coisas muito más e duras. É natural termos um certo sentimento de vergonha alheia, em nome da humanidade, por haver seres humanos a viver em tais condições. É natural sentirmos angústia e inconformismo, quando nos confrontamos com tamanhas assimetrias e injustiças. É natural sentirmos raiva e medo, quando somos ameaçados, como fui, por um alto funcionário do estado de um PALOP, ao assistir a uma aula minha numa universidade local, em que eu apregoava as técnicas construtivas com materiais locais como ferramentas de emancipação e autogestão das comunidades. Mas quando se vem de cepa optimista e inconformista, esses sentimentos servem para estimular a não parar nem desistir.
O que marca para a vida, na realidade, são coisas como ver uma criança de um bairro de lata malgache a desenhar, riscando a pele negra do joelho com um pequeno pau apanhado do chão, com um brilho nos olhos que não se vê em muitos alunos de artes em colégios caros da Europa; ou ver a zona do Grand'Anse (sudoeste do Haiti) pejada de casas construídas a partir dos ensinamentos retirados das que eu e os rapazes que andei por lá a formar tínhamos andado a fazer por aquelas bandas, uns anos antes, porque essas resistiram ao ciclone que entretanto passou, enquanto tudo à volta ficou arrasado; ou ver a efusividade das crianças nas escolas degradadas das montanhas do Burundi perante a passagem de uma hipótese, que é o que alguém como eu, na posição em que lhes surjo, representa para eles.
Mas não posso deixar de referir uma das situações mais gratificantes que tive a extraordinária oportunidade de viver: em 2013, estive em Moçambique, por causa de um projecto para uma escola artística para as crianças dos bairros de lata de Maputo (construção em terra, executada pela comunidade). Resolvi ir visitar o bairro de Mumemo, onde tinha estado a trabalhar oito anos antes, no projecto com a Teresa Beirão. Os jovens que eu tinha formado e que participaram na construção do edifício de demonstração, em 2006, estavam todos para fora, tinham-se mudado, tinham formado família, etc. (alguns, com destino menos bom). Deparei-me com uma série de casas construídas em BTC, com blocos idênticos aos que esses jovens tinham aprendido a fazer comigo, oito anos antes. Fui ao local onde costumávamos produzir esses blocos, em 2006. Encontrei alguns jovens, de volta de 3 prensas, muito semelhantes àquela que tínhamos conseguido desencantar da África do Sul, em 2005, mas não exactamente iguais. Parei e fiquei a olhar. Um dos jovens meteu conversa "estás interessado?" ao que eu respondi que sim. Sem mais, o rapaz começou a explicar-me que aquilo eram blocos de terra comprimida, que eles faziam com umas prensas que eles próprios tinham fabricado, a partir de uma muito velhinha que tinha sido comprada numa formação que tinha havido há uns anos, em que um português tinha vindo ensinar como se fazia, e então agora eles produziam blocos e tinham construído várias casas no bairro. Quando apareceu um dos mais velhos, fui desmascarado, entre galhofa geral, e terminámos todos a fazer blocos, em jeito de brinde "à saúde". Este momento teve particular impacto em mim, por ter sido a constatação "ao vivo e a cores" da total apropriação da técnica, dos saberes e das práticas, pela comunidade, tendo inclusivamente fabricado réplicas melhoradas da prensa, com pequenas alterações que consideravam melhorias. Recebi uma dose extra de motivação, naquela tarde moçambicana!
RG - Finalmente, não pude deixar de reter da tua formação que, de todas as técnicas de construção em terra que foste "coleccionando" no teu percurso, Adobe, Blocos de Terra Comprimidos, vulgarmente designados por BTC ou Cob, para mencionar as mais relevantes, é a Taipa que eleges como favorita. Será que por ter sido o primeiro amor, no nosso Alentejo litoral, ou a taipa é mesmo especial?
MM - Em bom rigor, não foi a primeira dessas técnicas que experimentei. E, na verdade, será mais justo dizer que a minha técnica favorita é aquela que mais sentido faz, naquele contexto... e entenda-se "fazer sentido" como algo plural e não apenas tecnicamente, mas também social, economica, cultural, ambiental, emocional e eticamente (etc.).
A relação com o material terra tem uma particularidade que é o que verdadeiramente me apaixona! a descoberta contínua. A cada projecto, a cada sítio, a cada contexto, temos de repensar tudo. E o que é curioso, é que não temos de inventar quase nada, só temos de saber ver, sentir, pensar.
Há uma abordagem ética que me faz optar sempre pela técnica mais pertinente, nos termos em que falo acima. Mas há uma exultação emocional quando, combinando as variáveis, o resultado dá taipa.
Não me lembro onde ouvi a história de um casal que, certa noite, tinha ido passar um serão a casa de amigos e, ao regressar, o marido, meio taciturno, diz à mulher que não tinha apreciado a forma como, em determinada discussão, ela tomou o partido do seu oponente, em vez do seu; ela respondeu-lhe que, quando se casou com ele, não lhe prometera estar sempre do seu lado, mas sim estar sempre ao seu lado. Será esta, porventura, a minha relação com a taipa.
De facto, tenho uma relação emocional e sensorial altamente íntima com a taipa. Considero-a de uma sofisticação tremenda mas, simultaneamente, de um "primarismo" desconcertante. Chamar-lhe-ia "sofisticadamente elementar". Como tudo o que é genial, a taipa encerra uma simplicidade avassaladora... sobretudo na sua forma tradicional (modular e manual): apaixona-me a ideia de conseguir construir uma casa inteira usando apenas "dois pedaços de madeira".
Conclusão:
Se felizmente, no nosso país, muitas das situações que o Miguel descreve estão ao nível da ficção, a situação de um Sírio ou um Moçambicano que queira construir uma pequena casinha no nosso país também pode ser para eles um filme de ficção, com algumas passagens de terror.
A guerra no nosso país trava-se nas diversas instituições, agora em formato digital que, ao contrário de simplificar o processo, tem aumentado as dificuldades, mesmo para os mais destros informaticamente. Para ter uma amostra do que se exige para a construção da mais pequena casinha, a mesma tem de ser duplamente certificada energeticamente, pelo engenheiro habilitado que elabora o projecto e pela entidade que o confirma. Deverá ter um plano de segurança e saúde específico mesmo que a empresa construtora tenha obrigatoriamente normas de actuação e formação na área. Já não basta uma ficha preenchida por técnico habilitado para executar a instalação eléctrica, actualmente para praticamente todas as construções, já se exige projecto eléctrico e ainda relativamente à energia, queira ou não queira o proprietário utilizar gás, terá sempre de entregar um projecto desta rede de energia, novamente certificado por uma entidade idónea que confirme o previsto por técnico habilitado.
À carga burocrática vai juntar-se a dificuldade em encontrar um empreiteiro que esteja habilitado para a realização da obra, como se imagina também ele submerso em burocracia, em exigênciaS técnicas e em garantias legais.
Mesmo que acreditemos que nas futuras casas não vai haver frio ou calor, que ninguém se vai magoar e que nunca vão ficar mal na paisagem, muitos alentejanos devem estar mais a pensar na famosa história do burro do cigano (que estava a habituá-lo a não comer) que quando já estava quase ensinado morreu, ou seja, as exigências até podem melhorar muito as casas mas em breve nenhum cidadão comum poderá pagá-las!
As dificuldades para a concretização de uma pequena habitação neste momento já são enormes e ainda assim não se consideram aspectos fundamentais como a eficiência hídrica ou a sustentabilidade dos materiais empregues.
Se não encontrarmos uma forma para a realização expedita e prática das casas mais pequenas, apoiada nas práticas populares e tradicionais, não descurando o incrível património imaterial da construção em terra, dando mais autonomia e confiança precisamente aos profissionais no terreno, vão-nos começar por impingir o "fast-food" da construção (como já acontece), as soluções fáceis de pré-fabricados e casas modulares, grande parte importadas e muito pouco amigas do ambiente, apesar de todas se apregoarem "eco" (podemos estar já a assistir à destruição silenciosa do importantíssimo sector da construção civil no nosso país). Nessa altura esperemos que o Miguel Mendes e os seus amigos do CRAterre nos possam vir ajudar a pegar novamente nos maços porque vamos estar sem casas e sem dinheiro.'

22 março 2022

Example_Prefabricated Earthen blocks_Tapialblock_by fetdeterra


_Detalle de la esquina de un muro hecho con bloques prefabricados de tierra de gran formato Tapialblock® de @fetdeterra
_Corner made with large-format prefabricated earthen blocks Tapialblock® by @fetdeterra

Example_This is the first house to be 3D printed from raw earth

This is the first house to be 3D printed from raw earth
Multiple printers constructed the building in 200 hours using local soil, meaning it’s zero-waste and needed no materials to be transported to the site.
Text by Jenny Brewer27 April 2021
All Photos by Iago Corazza
Mario Cucinella Architects and Wasp, Italy’s leading 3D printing company, have completed the first house to be 3D-printed from raw earth. The process coined Tecla (standing for technology and clay) is eco-sustainable and environmentally friendly due to the production being zero waste and needing no materials to be transported to the site as it uses local soil. It took just 200 hours for multiple printers to construct the 60-square-metre prototype in Ravenna, Italy.

The design of the house is an organic, cave-like form that seems ancient and carved out of nature, visually contradicting the innovative technology behind it. It is typical of Cucinella’s practice which is focused on “humane” architecture, a crossover of low and high tech worlds. “The aesthetics of this house are the result of a technical and material effort,” Cucinella says in a statement, “it was not an aesthetic approach only. It is an honest form, a sincere form.
Tecla house (Copyright © Mario Cucinella Architects and WASP, 2021). Photo by Iago Corazza.
The project began out of research by Cucinella and Wasp founder Massimo Moretti with the School of Sustainability, who were looking into the need for sustainable homes at Km0 – ie. using materials found on site, negating the environmental impacts of transporting materials to building sites. The result is Tecla, which is an almost zero-emission and low carbon process. “Tecla shows that a beautiful, healthy, and sustainable home can be built by a machine,” adds Moretti.
The architect studied how a building’s shape could impact its efficiency, in relation to its climate and latitude; and how the material composition of the building could help with insulation and ventilation. The shape and the external ridges also enable the structural balance of the house.
Inside is a living area, kitchen and bedroom, with some furnishings integrated into the structure, and other freestanding objects designed to be recycled or reused. The building is made from 350 12mm layers, and 60 cubic metres of natural materials for an average consumption of less than 6kW.






Tecla house (Copyright © Mario Cucinella Architects and WASP, 2021). Photos by Iago Corazza

21 março 2022

Exemplo_Groupe scolaire Miriam Makeba_TOA_Nanterre_2019


Extérieur du Groupe scolaire Miriam Makeba, TOA, Nanterre, 2019 - © Frédéric Delangle
Mur en terre crue mis en oeuvre avec la technique du pisé, Groupe scolaire Miriam Makeba, TOA, Nanterre, 2019 - © Frédéric Delangle

Salle de classe avec mur en terre crue, Groupe scolaire Miriam Makeba, TOA, Nanterre, 2019- © Frédéric Delangle
Couloir d'accès aux salles de classe, Groupe scolaire Miriam Makeba, TOA, Nanterre, 2019 - © Frédéric Delangle
Chantier, Groupe scolaire Miriam Makeba, TOA, Nanterre, 2019
© Photos Frédéric Delangle

Mur en terre crue mis en oeuvre avec la technique du pisé, Groupe scolaire Miriam Makeba, TOA, Nanterre, 2019 - © Frédéric Delangle


Plan du premier étage et contexte du projet, Groupe scolaire Miriam Makeba, TOA, Nanterre, 2019 - © TOA

Technique du pisé pour les murs en terre crue, Groupe scolaire Miriam Makeba, TOA, Nanterre, 2019 - © Frédéric Delangle

18 março 2022

TEDxGöteborg_Building with rammed earth | earthLAB_Ásgeir Sigurjónsson_David Martínez_Shea Hagy

Building with rammed earth | earthLAB Ásgeir Sigurjónsson, David Martínez, Shea Hagy | TEDxGöteborg
Imagine constructing whole buildings from the dirt beneath our feet. Sounds crazy, right? Well, this concept of “rammed earth” is far from new and has been used in constructions for centuries in buildings that are still standing strong today.
In this talk, earthLAB members Ásgeir Sigurjónsson, David Martínez, and Shea Hagy not only enlighten audience on the importance of using “rammed earth” as a more sustainable building material for the future, but also demonstrate how easy it is to make. EarthLAB, a sustainable development studio based in Gothenburg, wants us to rethink our relationship with the ground beneath our feet.
While studying a master in design for sustainable development at Chalmers University of Technology, the three teamed up outside of class to work on a sustainable project and landed on “rammed earth.” This talk was given at a TEDx event using the TED conference format but independently organized by a local community.

Conferència_Consolidación material para arquitectura patrimonial de tierra_María Barros Magdalena

Conferência online sobre "Consolidación material para arquitectura patrimonial de tierraapresentada por María Barros Magdalena (conservadora/restauradora e Master na Universitat Politécnica de Valência), em 28 de Fevereiro de 2022, sobre a estudo de aplicação em restauro e estabilização de argamassas e consolidante superficial(de terra e de cal), com junção de catalisador gasto de craqueamento catalítico (FCC, do inglês Fluid Catalytic Cracker). 
Este é um resíduo produzido pelas indústrias petrolíferas, durante o processo de redução/quebra das cadeias longas das moléculas de hidrocarbonetos presentes no crude, com a finalidade de aumentar a rentabilidade das refinarias de petróleo na produção de gasolina e GLP. 
Trata-se um material inorgânico com possibilidade de utilização como adição mineral em compósitos de consolidação e argamassas, pois apresenta favoráveis características pozolânicas.
Como conclusões dos ensaios realizados neste estudo destacam-se que entre as dosagens testadas a adição de 0,75% de FCC foi a que apresentou melhores prestações, com bons valores de resistência a compressão e superficial, no comportamento face à acção hídrica e absorção de água por capilaridade, com possibilidades de continuação desta investigação por via do conhecimento das suas propriedades, e no sentido de aproximação do uso mais adequado às suas características.

17 março 2022

Diébédo Francis Kéré_Pritzker 2022

Em tempo de ditadores e invasões irracionais e atordoados por uma guerra inaceitável, eis que uma notícia de rodapé nos jornais internacionais nos deixa felizes, o arquitecto Diébédo Francis Kéré recebeu esta semana o Prémio Pritzker 2022.
Sucede assim a Anne Lacaton e Jean-Philippe Vassal na atribuição deste prestigioso prémio, pela autoria da sua obra em África composta por uma síntese subtil de recursos tradicionais como a terra e técnicas modernas de construção como o BTC, a taipa e os adobes. Esta tem o valor de um exemplo para todos os arquitectos pelo Mundo, num momento em que, como nunca, é tão importante repensarmos a relação das construções com a natureza e a qualidade ambiental dos espaços onde vivemos.
Diébédo Francis Kéré
Natural do Burkina Faso, Diébédo Francis Kéré, nasceu em 1965 e é autor de uma dezena de obras, a maioria construída no seu país, recebe agora este prémio por todo o seu trabalho. Graças a uma bolsa de estudos, este filho mais velho de um chefe de aldeia - foi instruído como carpinteiro (num país com pouquissimas florestas) e como tal, foi então o único autorizado a matricular-se na escola - podendo mais tarde sair para o estrangeiro e seguir o ensino na Universidade Técnica de Berlim. Formou-se em Arquitetura em 2004.
A escola primária de Gando é o seu primeiro projeto, iniciado em 2001. Construído num modelo colaborativo com e pelos próprios moradores da aldeia, o edifício é feito em construção de tijolos de BTC, com adição de uma pequena % de cimento (estabilização com aprox. 8%), apenas para garantir maior solidez das paredes e durabilidade à humidade. Um sistema de telhado duplo permite ainda a ventilação natural dos interiores: um telhado metálico é colocado sobre uma treliça estrutural, ele próprio apoiado sobre uma abóbada de tijolos em pré-esforço. A sucção do ar natural é produzida pelas diferenças de temperatura entre os diferentes volumes.
Ao combinar as práticas vernáculares do seu país de origem e os conhecimentos de bioclimática adquiridos durante os seus estudos, Francis Kéré liberta o desenho e a arquitetura das lógicas económicas globalizadas para ancorá-la no seu contexto e produzir espaços com identidade, extraordinriamente bem adaptados ao clima subsahariano do Burkina Faso.
A ampliação dos espaços de obras para a participação de toda a comunidade torna-os locais de emancipação individual e auto-desenvolvimento social.
Seguindo estas preocupações ambientais e sociais, a escola secundária Schorge em Koudougou (Burkina Faso, 2016) foi projetada à maneira de uma vila tradicional. É composta por nove módulos retangulares dispostos em círculo em torno de um pátio, que também serve como praça pública.
No centro do projeto estão os diferentes dispositivos implementados para garantir tanto ventilação natural, proteção contra radiação solar e filtragem de luz. Na periferia dos módulos, uma galeria coberta feita com troncos de eucalipto constitui uma primeira barreira térmica e um espaço sombreado.
Vencedor do Prêmio Global de Arquitetura Sustentável em 2009, Diébédo Francis Kéré é deste modo o primeiro africano a receber o Prêmio Pritzker. Em 2013 a sua obra foi objeto de uma grande retrospetiva , no Arc-en-Rêve, em Bordéus e que pode ser revista aqui.
Parabéns ao arquitecto Diébédo Francis Kéré e toda a sua equipa!

Article_Construction en terre crue à Nanterre : un chantier pionnier aux portes de Paris!_Martin Pointet

Construction en terre crue à Nanterre : un chantier pionnier aux portes de Paris!
15 Oct, 2018
Rencontre avec Martin Pointet, expert de la construction en terre crue
ArchitectureTerreBois: Vous êtes spécialisé depuis 20 ans dans la construction d’habitations et de bâtiments en terre crue. Qu’est-ce qui vous plait dans ce chantier de Nanterre?
Martin Pointet: «C’est un chantier pionnier! Construire un bâtiment accueillant du public en utilisant la terre crue en Ile-de-France c’est une première!
De plus, nous parlons de la construction d’un groupe scolaire de taille importante avec 1300 m2 de murs en pisé ce qui représente un défi vraiment intéressant.
Avec ce chantier, nous changeons d’échelle et par la même, nous contribuons à faire changer le regard sur la terre crue. Un tel chantier situé en région parisienne va forcément avoir une résonance importante et devrait contribuer à inciter le plus grand nombre à reconsidérer ce matériau aux multiples qualités».
ArchitectureTerreBois: Depuis de nombreuses années, le béton est le matériau privilégié dans toutes les constructions de bâtiments accueillant du public. Pour la construction du groupe scolaire Miriam Makeba les architectes (toa architectes associés) ont fait un choix novateur, celui de la terre crue. Quels sont les avantages de la terre crue? Pourquoi utiliser ce matériau?
Martin Pointet: «La terre crue est un matériau naturel qui présente de nombreux avantages:
– Le premier est qu’il favorise le confort intérieur. La terre crue a une grande capacité à réguler l’hygrothermie (régulation hygrométrique et thermique). En absorbant les pics d’humidité et de chaleur, elle apporte un vrai confort de vie. Sa forte inertie thermique permet d’avoir frais dans une pièce même si la température extérieure est très élevée car elle capte la chaleur le jour quand il fait très chaud et la restitue la nuit quand il fait plus froid. Par contre, le pisé n’est pas un isolant. Placé au sud et bénéficiant pleinement des apports solaires, un mur en terre crue stocke la chaleur pour la restituer à l’intérieur. Sur les autres façades le pisé doit être légèrement isolé.
– Le second avantage est écologique. La terre crue présente un bilan carbone très faible. Ne nécessitant pas de cuisson, peu d’énergie grise est nécessaire à sa transformation.
Elle est par ailleurs, facilement réversible donc recyclable à l’infini. Que la terre crue ait 100 ans ou 1000 ans on peut la réutiliser pour une nouvelle construction. Si elle n’est pas polluée, ses qualités ne se dégradent pas. Et, ne l’oublions pas, elle est disponible en abondance, sous nos pieds. Il est donc possible de travailler en circuit court ce qui réduit également l’impact environnemental.
– D’un point de vue esthétique, je trouve que la terre crue a une belle matérialité, un aspect brut sur lequel peut se lire l’œuvre de l’homme. Quelle que soit la technique de mise en œuvre choisie (Adobe, pisé …) la terre crue a de ce fait une vraie pertinence en intérieur. Ce matériau permet non seulement de « porter » une structure (murs porteurs) mais il peut aussi décorer une pièce, lui donner un aspect design.
– Enfin d’un point de vue sanitaire, la terre crue représente une vraie alternative aux matériaux de construction actuels. La problématique aujourd’hui est la pollution de l’air intérieur. Or la terre crue étant un matériau sain, son utilisation permet de réduire fortement cette pollution intérieure puisqu’elle n’émet pas de COV (composants organiques volatiles) donc de substances toxiques.
Pour toutes ces raisons, construire en terre crue a vraiment du sens, qui plus est pour un bâtiment accueillant un jeune public, ce qui sera le cas du groupe scolaire de Nanterre. »
ArchitectureTerreBois: Quelles sont les différentes techniques de mise en œuvre de la terre crue?
Martin Pointet: «Les techniques traditionnelles sont la bauge, le pisé et l’adobe, toutes trois utilisées pour monter des murs porteurs. Selon les régions et les époques, le torchis est utilisé pour le remplissage des cloisons ou des structures pan de bois.
La terre coulée quant à elle est une technique nouvelle qui s’apparente au béton coulé.
Chaque technique a ses particularités que ce soit l’état hydrique et les caractéristiques de la terre utilisée ou la façon de la mettre en œuvre :
La bauge est une technique plutôt rurale. La terre utilisée pour sa mise en œuvre est collante, limoneuse, généralement mélangée à des fibres végétales.
Le pisé utilise une terre argilo graveleuse, sans fibre végétale. La mise en œuvre nécessite un coffrage et le montage du mur se fait par tassement de la terre en couches successives à l’aide d’un outil pneumatique.
L’adobe est une brique de terre crue. Il s’agit de briques de terre qui ont été séchées à l’air sans avoir été cuites dans un four. Elles sont traditionnellement moulées à la main dans un moule en bois puis séchées à température ambiante.
La terre coulée est assez proche du béton de ciment. La terre est coulée dans un coffrage, à un état visqueux, puis vibrée pour chasser l’air.
Quelle que soit la technique utilisée, ce qui fait la beauté du rendu, la belle matérialité d’un mur en terre crue, c’est non seulement la qualité du matériau mais aussi la qualité de sa mise en œuvre.»
ArchitectureTerreBois: Quel est le principal ennemi de la terre crue?
Martin Pointet: «Le principal ennemi est la concentration d’eau. Contrairement aux aprioris, un mur en terre crue supporte très bien les assauts de la pluie et des intempéries. En revanche la concentration d’eau peut entrainer des pathologies sur le bâti. Il est donc impératif de protéger la tête de mur et les pieds. C’est une problématique à laquelle nous avons été confrontés sur le chantier de Nanterre puisque nous avons abordé l’hiver sans que le chantier soit «hors d’eau». Les murs montés en pisé ont été protégés par des petites couvertines et ont traversé l’hiver sans être trop affectés.»
ArchitectureTerreBois: Si nous devions nous projeter dans l’avenir. Comment voyez-vous le retour de la terre crue dans l’architecture urbaine?
Martin Pointet: «La bonne nouvelle c’est que les choses bougent. Des grands chantiers se profilent à l’horizon. La terre crue peut sembler être un matériau de construction plus fragile que le béton armé (le béton armé est quant à lui « surdimensionné par rapport à la résistance/robustesse nécessaire pour des ouvrages standards ») mais elle est en réalité beaucoup plus durable. Espérons que des chantiers comme celui de l’école de Nanterre permettent de faire des émules et de remettre au goût du jour ce matériau naturel, esthétique, écologique et sain, en le positionnant parmi les matériaux de construction à plébisciter pour leurs vertus environnementales.»
Propos recueillis par l’équipe de Rédaction pour toa architectes associés

15 março 2022

Webinaire_Construire en terre en commande publique : l'École des collines_Valherbasse



11 février 2022_Webinaire_Construire en terre en commande publique_Ecole des collines de Valherbasse en pisé (Design & architecture et Nama architecture)
Dans le cadre du cycle de webinaires organisé par Les Grands Ateliers et EnvirobatBDM, ce deuxième webinaire permet de découvrir la technique du pisé, au travers de l'exemple du groupe scolaire intercommunale des collines à Valherbasse dans la Drôme.
Les intervenants sont : Nadine Chevrol (Présidente du SIVOS de la haute Herbasse, maître d’ouvrage du projet), Milena Stefanova (architecte au sein de Design et Architecture) et Jean-Marie Letiec (architecte au sein de NAMA Architecture)

14 março 2022

Webinar_Natural Materials Masterclass: Building with Earth_ACAN

 
Webinar_Natural Materials Masterclass: Building with Earth
7th October 2021
This webinar talks about clay plasters, earth blocks, rammed earth and chalk, cob, and most importantly, how we can use these materials in our building projects. 
In the webinar, we hear from expert speakers: 
Rowland Keable - EBUKI & Rammed Earth Consulting 
A founding member of EBUKI, Rowland works towards earth in the mainstream of construction. This includes being an active member of a European skills group working on training standards for earth structures. He has worked with rammed earth technology since 1985 including Passivhaus local authority classrooms, and he has written earth construction codes and standards in the UK, Europe and Africa. 
Becky Little - EBUKI & Rebearth 
Becky is an earth builder and artist with 30 years experience in heritage and new build. Her company Rebearth specialises in education and research using earth and fibre and she is a project officer for EBUKI currently working on training for social impact. 
Tom Morton - Arc Architects 
Tom leads Arc Architects whose work on eco-building, heritage and research has a generative approach to the confluence of the built and natural environments. Tom also works with the charities Earth Building UK & Ireland and Cohousing Scotland. He is currently collaborating with Ghanaian-Filipino agro-waste designer Mae-ling Lokko and Glasgow School of Art on the Future by Design project for COP26 in Glasgow. 
Paul Mallion - Conker Conservation 
Paul is a chartered building surveyor and certified Passivhaus designer, director of Conker Conservation Ltd of Canterbury, set up in 1999 to focus on sustainable design in new build, retrofit and historic buildings. 
Clare Whitney - Clayworks 
Clayworks is the world’s leading manufacturer and supplier of 100% natural clay plasters. Based in Cornwall, the company was originally a cob building company and has focused on researching and developing natural interior wall finishes that are highly contemporary, consistent in high quality and easily accessible to everybody, anywhere in the world. Clare Whitney has worked with the company for 15 years.
Organized by Architects Climate Action Network (ACAN). For more information about ACAN and to join their mailing list please visit: https://www.architectscan.org/home

Exemplo_Baan Doi_Thailand




Exemplo_Baan Doi_Thailand
Students from Linz are currently finalising the administration unit of BASEhabitat permaculture project in northern Thailand.
In October 2022, new Postgraduate students will develop and build a prototype for guest houses on site.
Interested in joining their Postgraduate Program? There are still some last places available! More info on www.basehabitat.org/study/postgrad/
Photos (c) Paul Eis

Webinaire_Construire en terre en commande publique_La maison de santé de Prat-Bonrepaux

 

4 février 2022_Webinaire_Construire en terre en commande publique_La maison de santé de Prat-Bonrepaux en terre coulée (C+2B architecture)
Dans le cadre du cycle de webinaires organisé par Les Grands Ateliers et EnvirobatBDM, ce premier webinaire permet de découvrir la technique de la terre coulée, au travers de l'exemple de la maison de santé pluri-professionnelle de Prat-Bonrepaux, en Ariège. Les intervenants sont Elian Latour (SCOP Ecozimut), Julien Bellart (C+2B architecture) et Julien Bay (Communauté de communes Couserans-Pyrénées)

11 março 2022

Exemplo_Maison de Santé_Terre Coulée_Prat-Bonrepaux_C+2B Architecture

Maison de Santé_Terre Coulée_Prat-Bonrepaux_C+2B Architecture
Type de marché : Concours négocié
Maître d’ouvrage : Communauté de communes Couserans Pyrénées
Maîtrise d'oeuvre : C+2B Architecture (m), OTCE, Ecozimut, Eco, Sigma Acoustique, BCA
Date : 2020
Lieu : Prat-Bonrepaux 
Surface : 430 m2
Budget : 960 000 €HT
Photographies : Sylvain 


'Il s’agit ici d’une nouvelle génération d’équipement médical qui se développe aujourd’hui dans les communes rurales. Après une analyse fine des divers points forts et points faibles relatifs au bâtiment existant sur la parcelle, nous avons opté pour la démolition de ce dernier au vue des engagements financiers qu’il faudrait réaliser pour le réhabiliter suivant les exigences environnementales, techniques et normatives inhérentes à la construction actuelle et à ce projet de MSP exigent et innovant sur le plan environnemental.Le bâtiment est tenu sur l’espace public par deux façades épaisses en terre. La terre devient le matériau unitaire de l’architecture, il s’exprime à l’extérieur et se retrouve à l’intérieur.'

'Venant en opposition avec le squelette constructif en bois et en terre qui affirme toute sa massivité, le toit du bâtiment est conçu comme une plaque «technologique» légère qui couvre et protège le bâtiment, qui se soulève pour faire entrer la lumière dans les circulations, qui déborde et se prolonge en protection au Sud, et qui reçoit des capteurs solaires.
La forme bioclimatique du bâtiment permet de bien profiter des apports solaires hivernaux et de se protéger des rayons solaires d’été. De plus, sa compacité et son inertie lui confèrent une forte performance thermique.'

'Les modalités d’approche de l’exigence énergétique BEPOS, les outils pour appréhender les études, les nouveaux outils pour partager l’approfondissement et l’avancée des études, vont mobiliser tous les intervenants à l’éco-construction de demain.
Ce projet est donc proposé comme un support à la pédagogie.'

TedxTalks_Down to Earth: Building Sustainably_Zaheer Allam_TEDx PlainesWilhems

 
Down to Earth: Building Sustainably_Zaheer Allam_TEDxPlainesWilhems
Great Wall of China (700 - 206 BC) to Oaxaca School of Plastic Arts (2015). An ancient building technique which is economical, sustainable, resilient, adaptable and has stood the test of time: Rammed Earth. Passionate about Architecture & Urbanism, Zaheer Allam has been a UN Speaker on Sustainable Energy, and authored numerous papers that sparked debates and policy making. 
He is the African representative of the International Society of Biourbanism, and is the Island States Chapter Chair of the International Network for Traditional Building, Architecture and Urbanism (INTBAU), a global society patroned by His Royal Highness, Prince Charles. He now works for the State Land Development Company as the Urban Planner for Smart Cities. For his contributions to the society, he was awarded the Mauritian Excellence Award, and featured among the 10 Outstanding Young Persons of the World. 
This talk was given at a TEDx event using the TED conference format but independently organized by a local community.

10 março 2022

Laetitia Fontaine_CRATerre-ENSAG

Laetitia Fontaine
Ingénieure matériaux, Laboratoire CRAterre – AE&CC – ENSA Grenoble 
Directrice du Centre de Recherche et d’expérimentation AMÀCO (atelier matières à construire) Laetitia Fontaine est spécialisée dans les matériaux de construction. Elle poursuit depuis 2004 au laboratoire CRATerre-ENSAG des activités d’enseignement et de recherche, notamment l’étude des relations entre microstructure et propriétés macroscopiques du matériau terre. Elle est co-responsable de l’un des 3 thèmes de recherche, nommé Matière / Matériaux, du programme scientifique du laboratoire CRAterre. Laetitia Fontaine s’est vue attribuer le Prix Pour les femmes et la science de la Fondation L’Oréal – UNESCO – Académie des Sciences, pour son travail en recherche doctorale. 
Elle est co-auteur de l’exposition Ma terre première, pour construire demain présentée à la Cité des sciences et de l’industrie à Paris et du livre Bâtir en terre, du grain de sable à l’architecture.
Terre, matière à construire
Science, technique, art et architecture
La terre est une énigme. Ce matériau si commun mais pourtant si étrange est constitué de grains (cailloux, graviers, sables, silts et argiles), d’eau et d’air qui forment un sol avec une histoire géologique. A partir de ces trois éléments, on obtient un matériau solide qui permet de construire un mur, une structure, un édifice.
C’est ainsi que l’on passe du grain à l’architecture. Tous ces grains tiennent ensemble comme par magie. Pour comprendre pourquoi ils tiennent ensemble, il faut réapprendre ce qu’est un sable ou une poudre, un liquide et un gaz. Porter un regard neuf sur la matière. Et en particulier sur toutes ces choses communes que l’on croyait connaître.
De tous les éco-matériaux, la terre est celui qui possède la charge symbolique la plus forte. Elle invite à la magie, à l’émotion et à la créativité. c’est une ressource universelle qui génère une prodigieuse diversité d’architectures vernaculaires et contemporaines. Ces matières premières inspirent un nouveau rapport au monde, où les habitants construisent à partir de ce qu’ils ont sous les pieds et à portée de main.

08 março 2022

Exemplo_Robotic Clay Rotunda_ Future Now Pavilion



Robotic Clay Rotunda_Gramazio Kohler Research - ETH Zurich
Future Now Pavilion Insight Architecture
Architects : Gramazio Kohler Research
Year : 2021
Client: SE MUSICLAB AG - Jürgen Strauss, Jost Kutter, Manuel Frick, Lorenzo Zanetta, Filippo Melena, Anna Imfeld-Aebischer, Markus Imfeld
Collaborators: Coralie Ming (project lead), David Jenny, Hannes Mayer, Edurne Morales, Anton Johansson, Indra Santosa, Jomana Baddad, Nicolas Feihl, Selen Ercan Jenny, Jesus Medina, Karol Wojtas
Support: Mike Lyrenmann and Philippe Fleischmann (Robotic Fabrication Laboratory, ETH Zurich), Andi Reusser (Institute for Building Materials, ETH Zurich)
Selected Experts: Seforb Sàrl - Joerg Habenberger, Gotham design studio
Selected Contractors: LEHMAG AG - Felix Hilgert
Industry Partner: Brauchli Ziegelei AG, Wirz AG Bauunternehmung
Sponsors: Wirz AG Bauunternehmung, Welti Furrer, Eberhard, Siemens, Geberit, ETH Zürich Foundation
Place/ Location: Bern, Switzerland
Description.
The Clay Rotunda is a free-standing earth-based cylindrical structure constituting the outer, soundproof shell of the SE MusicLab, a high-fidelity music auditorium built inside the newly refurbished Gurten Brewery in Bern. The cylindrical structure combines clay, a sustainable zero-waste building material, with computational design techniques. Featuring a diameter of almost 11 meters the structure reaches a height of 5 meters with just 15 cm of unreinforced clay. It was built in-situ by a mobile robotic system that aggregated over 30’000 soft clay bricks over a period of 50 days.
Design. 
The extreme slenderness of the Clay Rotunda is made possible by its undulated design, which allows to increase the footprint and stabilize the structure in order to prevent buckling effects. The computational model that controls the geometry of this thin shell was designed by taking into account the structural models of the engineers, the material properties of the clay as well as the sequencing of the building process. In fact, the limited reach of the robotic arm and the shrinking of the material while drying demanded the implementation of complex strategies for the horizontal and vertical segmentation of the structure into matching trapezoids.
The computational model also allowed computing the building sequence within each segment as well as the position of each one of the 30’000 clay cylinders. The particular orientation in which the robotic arm pressed them onto the structure was particularly important to ensure proper bonding between the different segments. Finally, the model contains all the fabrication data needed to run the robotic process that allows the realization of bespoke structures of unmatched geometry complexity.
Material and process. 
The optimisation of the material system is key for the performance of the structure. For the Clay Rotunda different compositions of clay, sand, small stones and water have been tested with the aim of finding the best balance between the malleability needed by the fabrication process, the highest compressive strength, and the minimal material shrinkage. The developed clay mix is extruded into so-called soft bricks, cylinders with a diameter of 9 cm and a height of 15 cm, which are grabbed by the robotic arm from a picking station, precisely oriented, and sequentially pressed into their final position.
The compression of about 60% of the original height assures a strong and interlocking aggregation, leading to a soft bond that expresses both the plasticity of the material and the dynamic forces of the fabrication process. The custom robot - the in-situ fabricator - had to be moved for every single segment in order to address the full scale of the structure. This relocation of the robot as well as the deformation of the fresh material caused by its shrinkage required a regular acquisition of the as-built geometry through 3D scanning. The unavoidable cracks that resulted from the drying process were actively monitored and regularly filled with the same clay mix.
Sustainability. 
The Clay Rotunda addresses the urgent need of reducing material consumption as well as revert to emission-free materials for the fabrication of our built environment. The robotic clay aggregation process combines the traditional knowledge of clay constructions with contemporary digital design and fabrication processes. The increased degree of control on both material and process allows building complex structures that go beyond what has traditionally been possible.
Clay also has excellent properties in regulating the interior climate of buildings, thus reducing the need for mechanical ventilation and creating comfort for all inhabitants. Finally, earthen constructions are entirely waste-free, since the used clay mix can be ground and fully reused. What is taken from nature can be returned entirely to nature?
Partnerships.
The Clay Rotunda has acted as a catalyst for the knowledge transfer between research and industry. It has been realized in collaboration with multiple partners that contributed to its successful realization with their specific knowledge and experience: Lehmag, a construction company specialized in earthen construction and interested in combining new technologies with traditional construction methods, Seforb, an engineering company with a focus on the structural design of earthen structures and Brauchli Ziegeleien, a leading brick producer committed to a less CO2 intense brick production. Finally, this innovative architectural experiment would not have been possible without the vision and engagement of the client and initiator, SE MusicLab.
Cite: "Clay Rotunda/Gramazio Kohler Research" https://gramaziokohler.arch.ethz.ch/web/e/projekte/430.html