Comemoram-se por estes dias os 20 anos (1993) da
construção em taipa do atelier de pintura e gravura do Arq.
Alexandre Bastos, em Odemira.
Esta importante obra arquitectónica em taipa, de referência em Portugal, resultou numa viragem na imagem e perspectiva de futuro que em
1993 se tinha da construção com terra crua, "uma feliz combinação de
artes e técnicas tradicionais com algumas inovações designadamente no
projecto". Técnica construtiva ancestral em Portugal e espalhada por quase todo o Alentejo e Algarve, a taipa conhece actualmente um aprofundamento técnico suportado por diversos exemplos construídos, conhecimento científico do material terra e uma dimensão exemplar como modelo sustentável.
No entanto outras características nos aproximam da terra como a sua liberdade, a possibilidade de a modificar sem condicionantes para as gerações vindouras, o seu enorme potencial enquanto material eterno, aproveitando este mesmo material, acessível debaixo dos nossos pés, a custo zero, fazendo-o renascer... e ainda a força arquitectónica de construir com ele o efémero e o contemporâneo.
Partilhamos desta ideia, reforçada já também pelo Arq. Alexandre Bastos, da enorme liberdade e mobilidade, plenas de sonho e construção física, do domínio da utopia e da obra, potenciais e presentes nas tecnologias de construção em terra crua como a taipa.
Deste modo nada melhor, para recordar o importante momento de renovação e redescoberta da taipa em 1993, do que reler dois artigos publicados no Notícias de Odemira, o primeiro pelo Dr Martins Quaresma, e o segundo pelo Arq. Alexandre Bastos.
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