Fig. Os vários utensílios utilizados para a execução da taipa
“ A taipa é uma alvenaria de terra, usada até alguns anos, em particular na arquitectura popular tradicional do sul do país. Nos arredores de Monsaraz encontram-se vários exemplos.
A montagem do molde é conseguida através das costeiras ou costeiros, que são fixados inferiormente com umas peças metálicas, designadas por agulhas, onde os costeiros encaixam. O aperto superior das costeiras é feito através de um baraço rodado em torniquete através de uma garrocha, ou noutras situações, através de uma canga que encaixa nos topos dos costeiros sendo apertada com umas cunhas.
Para manter a distância dos taipais, são colocadas, superiormente, acompanhando as 3 agulhas, situadas na base do molde, umas ripas de madeira que têm a dimensão da espessura da alvenaria que se está a executar, o seu nome é côvado. É nos negativos deixados por estas peças que se enfiam as agulhas para a constituição do bloco superior.
Como o nome indica, na sua origem, esta bitola dimensional da espessura da parede era um côvado medieval.
Verifica-se que as dimensões mais usuais das alvenarias de taipa rondam os 50 cm dimensão que não está longe da meia vara craveira ou dos hispano-árabes côvados rassasi de 30 de dos ou 32 dedos (…)”
In "As medidas na Arquitectura, séculos XIII-XVIII. O estudo de Monsaraz", de Rui Maneira Cunha, Ed. Caleidoscópio
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