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Aplicações Normais e especiais de Cal:
Conforme anteriormente exposto, da hidratação da Cal resulta um produto (Leite de Cal) que se divide em dois, fundamentais: Água d Cal e Pasta de Cal. Ambos se aplicam directamente na construção da forma supra descrita.
No entanto, a sua combinação com outros produtos permite uma aplicação mais abrangente, como base da Realização de Argamassas: consiste na utilização da pasta de cal como ligante, na utilização da água de cal como amassadura, adicionando-se um inerte (areia) de granulometria conforme à finalidade da argamassa.
Argamassas Bastardas:
Neste capítulo, existe a possibilidade de na realização da argamassa juntar um pouco de cimento convencional, o que permite acelerar o tempo de presa, obtendo-se uma argamassa com as propriedades básicas das argamassas de Cal, mas com alguma “rapidez” inerente ao cimento (também, infelizmente, notada na sua inferior durabilidade). Designa-se este tipo de argamassa por “argamassa bastarda”.
Neste capítulo, existe a possibilidade de na realização da argamassa juntar um pouco de cimento convencional, o que permite acelerar o tempo de presa, obtendo-se uma argamassa com as propriedades básicas das argamassas de Cal, mas com alguma “rapidez” inerente ao cimento (também, infelizmente, notada na sua inferior durabilidade). Designa-se este tipo de argamassa por “argamassa bastarda”.
Cal Hidratada com Óleo:
Um dos “segredos” mais bem guardados inerente à preparação e aplicação das argamassas de Cal reside, justamente, nos aditivos que se podem utilizar para obter argamassas com características melhores para cada tipo de utilização.
A sua realização remonta à antiguidade (Vitrúvio, Sec. I aC, Livro II, Capt. V), sendo a Cal o ligante fundamental de todas as construções da antiguidade, designadamente das construções Romanas.
A utilização de uma determinada quantidade de óleo no processo de hidratação da Cal produz uma espécie de betume, que ancestralmente se designava por galagala. Quando misturado este betume com areia e água, obtinha-se uma argamassa com excelentes qualidades para assentamento de alvenarias ou realização de rebocos.
A fortaleza de Ormuz, cuja construção foi ordenada por Afonso de Albuquerque no Sec. XVI, é um exemplo da utilização corrente deste tipo de argamassa, em acréscimo, a partir de Cal obtida de conchas variadas sobretudo, de ostras, como ligante das pedras de arenito vermelho com que a fortaleza foi erigida.
Os ventos fortes predominantes no local motivaram a erosão dos arenitos, permanecendo as juntas, actualmente, 400 anos depois, em relevo: pela dureza adquirida e extraordinária resistência da argamassa não foram erudidas pelo vento – caso típico em que a argamassa prevaleceu sobre a alvenaria. Fenómeno em tudo idêntico se pode verificar no anfiteatro Romano de Mérida (Emérita Augusta), salvo não ser conhecido que a Cal subjacente tenha, neste caso, sido hidratada com óleo – embora tudo leve a crer que sim. A diferença em relação a Ormuz, é que no caso de Mérida não estamos perante 400 anos, mas sim ... 2000 !
Um dos “segredos” mais bem guardados inerente à preparação e aplicação das argamassas de Cal reside, justamente, nos aditivos que se podem utilizar para obter argamassas com características melhores para cada tipo de utilização.
A sua realização remonta à antiguidade (Vitrúvio, Sec. I aC, Livro II, Capt. V), sendo a Cal o ligante fundamental de todas as construções da antiguidade, designadamente das construções Romanas.
A utilização de uma determinada quantidade de óleo no processo de hidratação da Cal produz uma espécie de betume, que ancestralmente se designava por galagala. Quando misturado este betume com areia e água, obtinha-se uma argamassa com excelentes qualidades para assentamento de alvenarias ou realização de rebocos.
A fortaleza de Ormuz, cuja construção foi ordenada por Afonso de Albuquerque no Sec. XVI, é um exemplo da utilização corrente deste tipo de argamassa, em acréscimo, a partir de Cal obtida de conchas variadas sobretudo, de ostras, como ligante das pedras de arenito vermelho com que a fortaleza foi erigida.
Os ventos fortes predominantes no local motivaram a erosão dos arenitos, permanecendo as juntas, actualmente, 400 anos depois, em relevo: pela dureza adquirida e extraordinária resistência da argamassa não foram erudidas pelo vento – caso típico em que a argamassa prevaleceu sobre a alvenaria. Fenómeno em tudo idêntico se pode verificar no anfiteatro Romano de Mérida (Emérita Augusta), salvo não ser conhecido que a Cal subjacente tenha, neste caso, sido hidratada com óleo – embora tudo leve a crer que sim. A diferença em relação a Ormuz, é que no caso de Mérida não estamos perante 400 anos, mas sim ... 2000 !
Em todo o caso, inúmeros estudos e exemplos demonstram a enorme durabilidade e dureza, além de salubridade, das argamassas de Cal Hidratada com Óleo, importando apenas registar que este tipo de Cal oferece as seguintes propriedades e características:
1. Enorme resistência e durabilidade
2. Grande plasticidade, sendo facilmente trabalháveis e aplicáveis em obra
3. Grande aderência às superfícies, não descolando facilmente durante a aplicação
4. Ausência de fissuras durante a secagem e endurecimento, ao contrário das argamassas
de Cal normais
5. Permitem a respiração da construção, seja por aplicação no reboco, seja na junta da alvenaria. Este aspecto é fundamental, pois impede a condensação de humidade no interior das casas, tornando os interiores sãos.
2. Grande plasticidade, sendo facilmente trabalháveis e aplicáveis em obra
3. Grande aderência às superfícies, não descolando facilmente durante a aplicação
4. Ausência de fissuras durante a secagem e endurecimento, ao contrário das argamassas
de Cal normais
5. Permitem a respiração da construção, seja por aplicação no reboco, seja na junta da alvenaria. Este aspecto é fundamental, pois impede a condensação de humidade no interior das casas, tornando os interiores sãos.
A cal purifica o ar, porque devido à sua composição química, absorve o dióxido de carbono durante o processo de carbonatação da Cal. De facto, a Cal empregue em construção encontra-se hidratada ou extinta, isto é, na forma Ca (OH)2. Quando é empregue em construção sob a forma de argamassa, o seu endurecimento resulta da absorção de dióxido de carbono para que a sua transformação em carbonato de cálcio ocorra. A este processo (de endurecimento) se dá o nome de Carbonatação:
Ca (OH)2 + CO2 = CaCo3 + H2O
Processo Químico em que:
Cal Hidratada Dióxido de Carbono Carbonato de Cálcio Água (que se evapora)
6. È hidrófuga, isto é, preserva a parede da humidade exterior, combatendo a formação
de sais na alvenaria
7. É polivalente, pois tanto pode ser aplicada como argamassa de cal AÈREA (presa em contacto com o Ar) como numa argamassa de cal HIDRAULICA (presa em contacto com água ou ambiente húmido)
8. A Cal é um produto ECOLÒGICO porque a sua produção ou fabrico resulta de uma Calcinação a temperaturas de 600o C a 800 oC, que se obtém por queima de lenhas normais, e ao longo da sua vida, absorve CO2, contrariamente ao cimento, que se obtém a temperaturas não inferiores a 1450oC, o que implica a queima de combustíveis fósseis bem como uma enorme libertação de CO2 para a atmosfera (a produção de uma tonelada de cimento origina a libertação de cerca de uma tonelada e meia de CO2 para atmosfera!).
9. A nível estético, nada se compara à textura, cor, brilho de uma superfície rebocada e caiada a Cal, pois os micro cristais presentes na argamassa e na caiação, bem como a normal irregularidade do trabalho, permitem a luz ser reflectida com matizes suaves e subtis na mesma superfície do mesmo reboco, contrariamente à pintura com tintas industriais, em que a subtileza não existe.
10. A cal envelhece com dignidade, isto é, o seu processo de degradação é permanente e subtil, acontece por matizes, e se na realização do reboco, for desde logo incorporado o pigmento de cor da caiação final, o processo de envelhecimento é suave e virtualmente pode ocorrer de forma contínua ao longo de séculos sem que a edificação perca dignidade e aparência.
Cal Hidratada com Óleo e outros aditivos:
É comum aditivar à Cal aditivos de cor (pigmentos) seja para cal em pasta seja em leite de cal para caiação, aditivos desejavelmente resultantes de pigmentos naturais tais como, por exemplo, os óxidos de ferro, que resultam na gama de vermelhos a amarelos tão frequentes na nossa arquitectura tradicional.
Processo Químico em que:
Cal Hidratada Dióxido de Carbono Carbonato de Cálcio Água (que se evapora)
6. È hidrófuga, isto é, preserva a parede da humidade exterior, combatendo a formação
de sais na alvenaria
7. É polivalente, pois tanto pode ser aplicada como argamassa de cal AÈREA (presa em contacto com o Ar) como numa argamassa de cal HIDRAULICA (presa em contacto com água ou ambiente húmido)
8. A Cal é um produto ECOLÒGICO porque a sua produção ou fabrico resulta de uma Calcinação a temperaturas de 600o C a 800 oC, que se obtém por queima de lenhas normais, e ao longo da sua vida, absorve CO2, contrariamente ao cimento, que se obtém a temperaturas não inferiores a 1450oC, o que implica a queima de combustíveis fósseis bem como uma enorme libertação de CO2 para a atmosfera (a produção de uma tonelada de cimento origina a libertação de cerca de uma tonelada e meia de CO2 para atmosfera!).
9. A nível estético, nada se compara à textura, cor, brilho de uma superfície rebocada e caiada a Cal, pois os micro cristais presentes na argamassa e na caiação, bem como a normal irregularidade do trabalho, permitem a luz ser reflectida com matizes suaves e subtis na mesma superfície do mesmo reboco, contrariamente à pintura com tintas industriais, em que a subtileza não existe.
10. A cal envelhece com dignidade, isto é, o seu processo de degradação é permanente e subtil, acontece por matizes, e se na realização do reboco, for desde logo incorporado o pigmento de cor da caiação final, o processo de envelhecimento é suave e virtualmente pode ocorrer de forma contínua ao longo de séculos sem que a edificação perca dignidade e aparência.
Cal Hidratada com Óleo e outros aditivos:
É comum aditivar à Cal aditivos de cor (pigmentos) seja para cal em pasta seja em leite de cal para caiação, aditivos desejavelmente resultantes de pigmentos naturais tais como, por exemplo, os óxidos de ferro, que resultam na gama de vermelhos a amarelos tão frequentes na nossa arquitectura tradicional.
Notei como exemplo único, na região do Douro e nos anos que ali trabalhei, que a mistura das cascas das uvas, após a sua retirada do lagar, na altura da hidratação da cal, dotavam a Cal de uma cor fortemente escura, vermelha tinta, que posteriormente, após a decantação, produzia ora uma argamassa ora uma tinta de caiação de cor púrpura, muito rara. Este método foi-me ensinado por um velho artesão da Quinta de Vargellas, já falecido, e nunca o encontrei noutro local, nem qualquer outra referência à sua utilização.
Recentemente, análises químicas aos rebocos hidráulicos do sistema de canais da Pont Du Gard, na Provença Francesa, revelou que no processo de hidratação da Cal teriam sido misturados Figos Tintos esmagados.
A Figueira possui uma seiva, (que toda a gente conhece como leite de figueira) que se encontra também na casca dos figos, e que reagindo com a temperatura elevada, além de “corar” a argamassa para a intrigante cor vermelho-tinto que ainda hoje possui (2000 anos depois), motiva que a substância leitosa da figueira (da família do Látex) emulsionada com a argamassa, lhe dê características de total impermeabilidade e aspecto quase vitrificado, de enorme dureza. Durante muitos anos, o mistério da dureza e da cor da argamassa de aspecto quase vítreo que revestia o canal de condução de água deste monumental aqueduto, era um mistério.
Afinal, eram apenas... figos. A aplicação criteriosa de substâncias naturais pode conduzir a produtos de qualidade incomparável, que nem a mais avançada das indústrias actuais pode oferecer.
(Qual a marca industrial de aditivos hidrófugos que oferece... 2000 anos de garantia ?)
Múltiplas experiências podem ser realizadas, embora na prática o mais comum seja encontrar
aditivos com a finalidade de pigmentar a Cal.
É sabido que diversas substâncias interagem com a Cal, proporcionando-lhe qualidades idênticas de Cal Hidratada com óleo, desde que aditivadas durante o processo de hidratação, tais como:
Mais frequentes e actuais:
· Velas de sebo de carneiro
· Óleo de Linhaça
Outrora utilizadas correntemente:
· Azeite
· Borras de Azeite
· Outros Óleos vegetais
· Óleos Animais (de Peixe, de Baleia, etc)
Por razões evidentes, não se recomenda a utilização de óleos animais na actualidade.
Recentemente, análises químicas aos rebocos hidráulicos do sistema de canais da Pont Du Gard, na Provença Francesa, revelou que no processo de hidratação da Cal teriam sido misturados Figos Tintos esmagados.
A Figueira possui uma seiva, (que toda a gente conhece como leite de figueira) que se encontra também na casca dos figos, e que reagindo com a temperatura elevada, além de “corar” a argamassa para a intrigante cor vermelho-tinto que ainda hoje possui (2000 anos depois), motiva que a substância leitosa da figueira (da família do Látex) emulsionada com a argamassa, lhe dê características de total impermeabilidade e aspecto quase vitrificado, de enorme dureza. Durante muitos anos, o mistério da dureza e da cor da argamassa de aspecto quase vítreo que revestia o canal de condução de água deste monumental aqueduto, era um mistério.
Afinal, eram apenas... figos. A aplicação criteriosa de substâncias naturais pode conduzir a produtos de qualidade incomparável, que nem a mais avançada das indústrias actuais pode oferecer.
(Qual a marca industrial de aditivos hidrófugos que oferece... 2000 anos de garantia ?)
Múltiplas experiências podem ser realizadas, embora na prática o mais comum seja encontrar
aditivos com a finalidade de pigmentar a Cal.
É sabido que diversas substâncias interagem com a Cal, proporcionando-lhe qualidades idênticas de Cal Hidratada com óleo, desde que aditivadas durante o processo de hidratação, tais como:
Mais frequentes e actuais:
· Velas de sebo de carneiro
· Óleo de Linhaça
Outrora utilizadas correntemente:
· Azeite
· Borras de Azeite
· Outros Óleos vegetais
· Óleos Animais (de Peixe, de Baleia, etc)
Por razões evidentes, não se recomenda a utilização de óleos animais na actualidade.
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Fonte: http://www.jlu.pt/downloads/NORMA_CAL.pdf(....) Continua no próximo post