Castelo de Alcácer do Sal (Al - Qasr)
"Toda construída em taipa, com poderosas torres de alvenaria, esta fortificação foi, por diversas vezes, aumentada, ainda durante o período muçulmano, principalmente no século IX, quando dos assaltos de povos normandos. Desta importante estrutura militar resistem alguns troços da muralha de taipa e partes de algumas das torres.
O avanço das tropas cristãs, a conquista de Lisboa, em 1147, e a de Palmela, trazem um perigo visível para esta praça-forte. Desprotegida, devido à queda das suas similares mais a norte, Alcácer torna-se um alvo prioritário para as tropas cristãs. É que, para além da sua riqueza, representava o acesso para o Além Tejo e era a guardiã das estradas para Beja e Évora.
Em 1151, o
bispo de Lisboa escoltado por uma armada de bretões, a quem prometera o saque
da cidade, tenta conquistá-la. Mas, as poderosas muralhas cumprem eficazmente a
sua função e os cristãos são forçados a retirar.
Seis anos mais tarde, nova
tentativa foi falhada. Os ataques consecutivos vão, no entanto, fragilizar a competência
defensiva e a cidade acaba por ser tomada em 1160, por D. Afonso Henriques,
após dois meses de cerco.
Esta ocupação não é, contudo, definitiva. Trinta e três anos mais tarde Yacub o
"Almansor" consegue recuperá-la. Porém os esforços muçulmanos para
defender esta fortaleza vão ser em vão.
Em 1217,
cavaleiros da Ordem de Santiago auxiliados por cruzados e sob o comando do
bispo Sueiro conquistam Alcácer definitivamente.
Novo período
abre-se, então, para a vida desta cidade. A Ordem de Santiago, a quem a sua
defesa é entregue elege Alcácer como centro das suas acções militares. Os
frades cavaleiros instalam os seus paços no castelo junto ao convento de Nossa
Senhora de Aracaelli."
Marta Leitão
Em 1573 Rui
Salema, fidalgo da Casa do Infante D. Luís, fundou dentro da cerca da fortaleza
o Convento de Nossa Senhora de Aracaeli que foi ocupar as "instalações do
palácio da Ordem de Santiago da Espada aí pré existente".
(FERREIRA, GOMES,
2008, p. 8)
As
freiras clarissas habitaram o espaço por mais de 300 anos, até que a extinção
das ordens religiosas ditou o fim progressivo da comunidade conventual.
Da estrutura do convento, de traça maneirista, subsiste o templo de nave única com coro duplo e capela-mor coberta por zimbório, e o claustro de quatro alas, com amplas arcadas no piso térreo e janelas de sacada no superior.
Já no século XV, o castelo perdeu a sua função militar e foi palco de alguns episódios expressivos da História de Portugal: no reinado de D. João II (1481-1495), o Príncipe Perfeito foi aqui informado da conspiração articulada pelo duque de Viseu; e D. Manuel I (1495-1521) aqui desposou, em segundas núpcias, a infanta D. Maria de Castela (30 de Outubro de 1500).
Da estrutura do convento, de traça maneirista, subsiste o templo de nave única com coro duplo e capela-mor coberta por zimbório, e o claustro de quatro alas, com amplas arcadas no piso térreo e janelas de sacada no superior.
Já no século XV, o castelo perdeu a sua função militar e foi palco de alguns episódios expressivos da História de Portugal: no reinado de D. João II (1481-1495), o Príncipe Perfeito foi aqui informado da conspiração articulada pelo duque de Viseu; e D. Manuel I (1495-1521) aqui desposou, em segundas núpcias, a infanta D. Maria de Castela (30 de Outubro de 1500).
Aquando da crise de sucessão de
1580, as defesas de Alcácer do Sal, mal preparadas para o fogo da artilharia,
não ofereceram séria resistência às tropas de Filipe II de Espanha. Deixado sem
função a partir dos finais do século XIX, o antigo castelo medieval foi
progressivamente sendo consumido pelo tempo e pelo abandono.
Classificado como Monumento Nacional
por Decreto publicado em 23 de Junho de 1910, somente na década de 90 do século
XX se iniciaram obras profundas de consolidação e recuperação, tecnicamente
discutíveis, a cargo da DGEMN, tanto do antigo convento como do castelo.
Em 1998 o antigo espaço conventual foi transformado numa pousada, e dez anos depois foi aberta a Cripta Arqueológica do Castelo de Alcácer do Sal, "Foi também neste período que importantes escavações arqueológicas no local puseram a descoberto vestígios de ocupação desde o Neolítico ao período pós-Reconquista, atravessando a Idade do Ferro e as épocas de ocupação romana e árabe. Muitas das peças encontradas estão actualmente expostas no museu arqueológico do castelo."
Em 1998 o antigo espaço conventual foi transformado numa pousada, e dez anos depois foi aberta a Cripta Arqueológica do Castelo de Alcácer do Sal, "Foi também neste período que importantes escavações arqueológicas no local puseram a descoberto vestígios de ocupação desde o Neolítico ao período pós-Reconquista, atravessando a Idade do Ferro e as épocas de ocupação romana e árabe. Muitas das peças encontradas estão actualmente expostas no museu arqueológico do castelo."
Catarina Oliveira DIDA/ IGESPAR,
I.P./ Outubro de 2010
Exemplo importante da Arquitectura
militar islâmica no nosso país, o castelo de Alcácer a colina onde está
edificado o castelo é habitada desde a Idade do Ferro, tendo-se tornado num
importante município durante a ocupação romana.
Com o domínio islâmico, a
partir do século VIII, Alcácer manteve-se como um dos mais importantes centros
urbanos e militares do território islâmico peninsular. com um poderoso e eficaz
sistema defensivo.
Já na posse da coroa portuguesa, o castelo medieval foi reformado e ampliado, possuindo, à época, uma estrutura bem maior e mais imponente do que hoje se apresenta.
Já na posse da coroa portuguesa, o castelo medieval foi reformado e ampliado, possuindo, à época, uma estrutura bem maior e mais imponente do que hoje se apresenta.
A construção
ergue-se na cota de sessenta metros acima do nível do mar, com planta irregular
aproximadamente elíptica, alcançando uma extensão de 260 metros no seu eixo
maior e de 150 metros, no menor. com duas linhas de muralhas onde se dispõem
torres de planta quadrada a espaços regulares.
Nos troços remanescentes das muralhas observam-se os vestígios de cerca de trinta torres em alvenaria de pedra e outras estruturas defensivas, incluindo uma albarrã semelhante à do Castelo de Badajoz, testemunhos de diferentes épocas construtivas.
Nos troços remanescentes das muralhas observam-se os vestígios de cerca de trinta torres em alvenaria de pedra e outras estruturas defensivas, incluindo uma albarrã semelhante à do Castelo de Badajoz, testemunhos de diferentes épocas construtivas.
Entre estas torres destacam-se a
chamada Torre da Adaga, por apresentar esta arma esculpida numa pedra, a Torre
do Relógio e a Torre de Algique, que foram erguidas também em taipa militar,
elevando-se a 25 metros de altura.
original das fotografias e extratos do texto http://www.omundodahortense.blogspot.com e http://www.igespar.pt/pt/patrimonio/pesquisa/geral/patrimonioimovel/detail/70159/
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