A Ordem do Arquitectos tem agora uma nova plataforma - a OAPIX, que tem como principal objectivo o acesso online de imagens das colecções dos arquivos da Ordem dos Arquitectos. Em permanente crescimento e actualização, pretende-se criar um banco de imagens digitais que assuma particular destaque enquanto forma de divulgação cultural, para fins de investigação e educativos.
O Arquitecturas de Terra congratula esta iniciativa que coloca agora à disposição de todos o arquivo fotográfico do IARP - Inquérito à Arquitectura Regional Portuguesa, com muitas imagens de edificado com técnicas de construção tradicional, e onde a arquitectura de terra em Portugal está bem representada.
Aceda aqui à OAPIX.
Inquérito à Arquitectura Regional Portuguesa
Entre 1955 e 1960 o então Sindicato Nacional dos Arquitectos levou a cabo uma pesquisa denominada Inquérito à Arquitectura Regional Portuguesa. Tratava-se de um levantamento sistemático da construção popular portuguesa, já então prestes a desaparecer, realizado de norte a sul do país. Dividido por regiões geográficas coube a diferentes equipas de arquitectos o estudo de uma área delimitada num total de seis zonas (Minho, Trás-os-Montes, Beiras, Estremadura, Alentejo e Algarve). A profunda mutação do território português e da sua construção que se vem sentindo desde então torna o material recolhido um espólio de valor incalculável e único. Deste Inquérito resultou a 1ª Edição do livro Arquitectura Popular em Portugal publicada em 1961, reeditada em 1980, 1988 e 2004.
A Arquitectura Popular em Portugal não tem por objectivo, nem se pode considerar como conclusão do Inquérito realizado. Os seus ficheiros constituem largo e rico material de investigação e estudo, ao dispor de todos os interessados e dele outros trabalhos hão-de com certeza resultar, tão vastos e completos são os documentos que arquiva, a informação que oferece, as questões que levanta. Problemas há que não dizem apenas respeito à Arquitectura, mas um dia serão decerto aproveitados. In prefácio da 1ª edição.
Desde sempre, a par de outro tipo de solicitações que muitas vezes não pode ser satisfeito dado que os ficheiros não se encontravam devidamente catalogados e digitalizados, surgiam com muita frequência pedidos de cedência das imagens para estudos e publicações tanto em Portugal como no estrangeiro, interesse que prova o valor e as potencialidades do espolio existente.
Em 2011 a Ordem dos Arquitectos assinalou os 50 anos da primeira edição do Arquitectura Popular em Portugal através da criação de um site com a digitalização de parte do espólio, que possibilita uma ampla divulgação, com grande relevância cultural, histórica e iconográfica. Num universo de 6.000 fotografias, algumas inéditas, foram seleccionadas, inventariadas e digitalizadas 2.000 que aqui se apresentam. Trata-se das imagens já publicadas nas três edições, as mais divulgadas e solicitadas.
Considerando os registos realizados na época e tendo em vista a sua disponibilização e as boas práticas arquivísticas, as normas utilizadas para a descrição do arquivo IARP foram a [1]ISAD (G): Norma geral internacional de descrição arquivística e as [2]Orientações para a Descrição Arquivística (ODA), instrumento adoptado pelo Grupo de trabalho de normalização da descrição em arquivo da Direcção-Geral de Arquivos (DGARQ). Segundo estas, o código de referência deverá reflectir, tanto quanto possível, a ordem original da documentação. Desse modo foi seguida a classificação dada na produção das imagens. A recolha fotográfica, que originou o arquivo, foi feita com base na divisão de Portugal continental em seis zonas.
Na produção do arquivo do IARP o sistema de organização escolhido foi o geográfico. A cada negativo do arquivo corresponde uma ficha de origem onde constam os campos: Matrícula, Distrito, Concelho, Freguesia, Localidade, Motivo, Data, Obs. e Proveniência.
Para uniformizar a descrição do arquivo IARP foi feita uma adaptação de um documento produzido pelo Instituto Nacional/Torre do Tombo no âmbito do Programa de normalização da descrição em arquivos: [3]Codificação do nome dos municípios e freguesias, de 2006.
Foram assim adoptados os códigos sugeridos para os elementos distrito, concelho e freguesia, que se traduz num código alfabético seguido de um alfanumérico (ex. para o distrito de Bragança, concelho de Vila Flor e freguesia de Carvalho de Egas o código é: BGC-VLF04). A esse código segue-se ainda um número sequencial de três dígitos, para que cada uma das imagens seja identificada de forma inequívoca. O código de referência inicia-se com os seguintes elementos obrigatórios para a troca de informação internacional: o código do país PT, o código da entidade detentora do fundo - Ordem dos Arquitectos (OA) e o do nome do fundo de arquivo IARP (ex. PT-OA-IARP-BGC-VLF04-001).
Este projecto foi co-financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian
1 comentário:
Sabia da existência deste projeto. Desconhecia contudo que já estava online. Obrigado pela informação.
Cumprimentos.
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