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16 setembro 2008

Imagens_Texturas_Terra_Continuação

A beleza plástica e texturada que a terra possui é lhe conferida pelas diferentes percentagens dos seus constituintes (gasosos, liquidos e sólidos), com ou sem estabilização (cal, cimento, etc), e as características específicas dadas por esses componentes, de que resulta uma infinidade de tipos de terra com uma variação de características infinita!

Falarmos de beleza na caracterização da terra pode trazer consigo perigos pela sua relatividade pouco científica, mas aceitemos à partida que o conceito de Belo implica uma afeição, e que esta, sendo subjectiva, utiliza critérios plásticos e sensoriais tão importantes como o rigor físico e químico que explicam todos os materiais de construção.













2 comentários:

blog user disse...

Tenho de confessar uma coisa, ao ver estas fotos só me vem à ideia de que quando chove estas paredes se vão desfazer todas com a agua.

Uma vez numa feira alternativa que teve lugar em Oeiras, estive à conversa com um responsável por uma empresa que faz construção deste tipo. E por muito que ele me garantisse que tal não acontecia, não sai de lá convencido.

Uma situação muito à semelhança das casas de madeira. Neste tipo de construção (que me cativa bastante, mesmo tendo em conta a manutenção exigida - vejam o exemplo de degradação de alguns Bungalows da Serra da Estrela) existe uma garantia de resistência ao fogo que em muito excede o recomendado/Lei exige. Mas no entanto fico sempre de pé atrás em relação à sua real eficácia. E não vamos querer comprar primeiro e ver se realmente funciona depois. Tanto mais que a ideia seria a de construí-la em plena Zona do Pinhal/Beira Baixa...

Era preciso alguma coragem !

Taipa disse...

Amigo Porta Paralela,
a questão que coloca da manutenção é um aspecto que está verdadeiramente no cerne do modus vivendi associado à construção com terra (e não tem nada que ver com filosofias alternativas).
A manutenção existe, é necessária, como em todas as construções aliás, e introduz uma relação com o habitar e com o acto de estimar a nossa casa que vai muito para além do material ser terra, ferro ou plástico.
A manutenção é o que garante a continuidade e por isso é importante, e no caso da terra nem sequer é dispendiosa.

A questão que importa colocar é se a terra é um material eficaz no global das exigências que consideramos importantes numa construção para viver, o conforto térmico, acústico, o desempenho estrutural, a resistência ao fogo, a perspectiva plástica, entre outras.
Na verdade, não sendo o melhor material em todas elas, é sem dúvida o que responde melhor na globalidade, e pode ser melhorado com adição de outros materiais. É um material vivo, heterogéneo e fácil de se encontrar.
O mais difícil mesmo é tirar das pessoas os conceitos confortáveis e difusos que lhes foram incutidos durante anos. A ideia de que "é pobre", e "suja muito" ou "desfaz-se toda", são imagens feitas criadas pela "concorrência" que distorcem a realidade do que é ver, sentir ou viver num espaço construído em terra. E a verdade é que quase todos já o fizeram, cerca de 80% das construções por todo o Alentejo e algum Ribatejo (até em Aveiro) são construções em taipa ou adobe, obviamente muitas delas revestidas. Muitos dos palacetes em França, os famosos Chalets, que associamos à Nobreza, são em taipa, muitos dos projectos do conhecido Arquitecto Frank Lloyd Wright contemplam estruturas com Terra.
Posso dar-lhe muitos e bons exemplos que no entanto não se comparam à experiência de desfrutar de um espaço abobadado de paredes grossas e quentes.
Quanto ao receio de construir acima da linha do Tejo, por ser mais frio ou chuvoso, encontra construções com utilização de terra na Alemanha, Áustria, França ou mesmo Suiça.
Tudo Países ricos e com clima rigoroso!
Estamos a falar de tecnologias recentes adaptadas a um material “sábio”, e é esse o caminho, temos de deixar de olhar o futuro com os modos de construir de antigamente, que sendo extraordinariamente inteligentes, se tornam mais onerosos.

A temática da terra é neste sentido muito vasta e a opção de construir com qualidade resultará sempre do facto da pessoa estar a par das vantagens e desvantagens, como qualquer outro material. Não é concorrência directa aos outros materiais, é uma abordagem diferente.

Envie-me o seu mail que terei todo o gosto em lhe enviar informação mais detalhada sobre o futuro das Arquitecturas de Terra.