26 março 2013
25 março 2013
Arquitectura Vernacular_Carta sobre o Património Construído Vernáculo_ICOMOS
Arquitectura Vernacular
“Num hadith patente no Kitab al-Kafi (H 213, Cap. 1, h 5), o Imam abu ‘Abdallah afirma, em resposta às indagações de um ateu sobre as provas da existência de Deus, que « The existence of the effects (activities) show that someone has produced those effects and activities. Consider, when you see a well constructed building you learn that there is someone who has built it, even if you have not seen the builder with your own eyes.». “ Rolando Melo da Rosa in Vernáculos algarvios:a linguagem das coisas.
Assim é a Arquitectura vernacular não-monumental espalhada pelo Mundo, e em particular a construção com terra crua, profundamente enraizada culturalmente, tantas vezes abandonada, menosprezada e sobretudo desconhecida, e do mesmo modo natural, quotidiana, rica e criativa, na maioria das vezes sem necessidade de autor afirmado.
E é nesta diversidade que encontramos as provas particulares da existência de um vasto património cultural.
Uma Arquitectura com bases antropológicas que responde ao Homem e ao lugar e os define como conjunto, património construído e habitado enquanto memória viva material e imaterial.
Desta evidência podemos e devemos reconhecer a presença de um saber secular, um conhecimento técnico nobre, sustentado, sustentável e actualizável.
A UNESCO-ICOMOS descreve com clareza todos estes conceitos na sua Carta sobre o Património Construído Vernáculo que reproduzimos aqui:
“
INTRODUÇÃO
O património construído vernáculo ocupa um lugar central no afecto e no orgulho dos povos.
Foi aceite como uma característica e como um produto atractivo da sociedade; ele surge informal, mas ainda assim ordeiramente. É utilitário e ao mesmo tempo possui interesse e beleza. É um foco da vida contemporânea e ao mesmo tempo um registo da história da sociedade. Apesar de ser o trabalho do homem, também é uma criação do tempo. Seria indigno do património do homem se não fosse prestada atenção à conservação destas harmonias tradicionais que constituem o núcleo da própria existência do homem.
O património construído vernáculo é importante; ele é a expressão fundamental da cultura de uma comunidade, do seu relacionamento com o seu território e, ao mesmo tempo, a expressão da diversidade da cultura mundial.
A construção vernácula é a forma tradicional e natural pela qual as comunidades habitavam. É um processo contínuo que inclui as necessárias modificações e adaptações contínuas como resposta às restrições sociais e ambientais. A sobrevivência desta tradição está mundialmente ameaçada pelas forças da homogeneização económica, cultural e arquitectónica. Como se podem deter essas forças é um problema fundamental que deve ser abordado pelas comunidades e, também, pelos governos, pelos planeadores, pelos arquitectos, pelos conservacionistas e por grupos multidisciplinares de especialistas.
Em consequência da homogeneização da cultura e da transformação sócio-económica, as estruturas vernáculas são extremamente vulneráveis em todo o mundo, enfrentando sérios problemas de obsolescência, de equilíbrio interno e de integração.
É, portanto, necessário estabelecerem-se princípios para o tratamento e para a protecção do nosso património construído vernáculo, para além da Carta de Veneza.
QUESTÕES GERAIS
1. Os exemplos do vernáculo podem ser reconhecidos por :
a) Uma maneira de construir partilhada pela comunidade;
b) Um carácter local ou regional reconhecível;
c) Coerência no estilo, na forma ou na aparência, ou o uso de tipos de construção tradicionalmente estabelecidos;
d) Sabedoria tradicional no projecto e na construção, que é transmitida informalmente;
e) Uma resposta efectiva às restrições funcionais, sociais e ambientais;
f) A aplicação efectiva de sistemas e de ofícios de construção tradicionais.
2. A apreciação e a protecção com sucesso do património vernáculo depende do envolvimento e do apoio da comunidade, da continuidade do seu uso e da sua manutenção.
3. Os governos e as autoridades responsáveis devem reconhecer o direito que todas as comunidades têm de manterem as suas tradições de vida, de as proteger através de todos os meios legislativos, administrativos e financeiros disponíveis, e de as passar para as futuras gerações.
PRINCÍPIOS DA CONSERVAÇÃO
1. A conservação do património vernáculo deve ser executada por competências multidisciplinares, embora reconhecendo a inevitabilidade da mudança e do desenvolvimento, bem como a necessidade de ser respeitada a identidade cultural estabelecida.
2. O trabalho actual em edifícios, grupos e povoados vernáculos deve respeitar os respectivos valores culturais e o seu carácter tradicional.
3. Frequentemente, o vernáculo é representado apenas por estruturas únicas, e é melhor conservado pela manutenção e pela preservação de grupos de edificações e de povoados com um carácter representativo, região por região.
4. O património vernáculo edificado é uma parte integral da paisagem cultural, e este relacionamento deve ser tomado em consideração no desenvolvimento das abordagens de conservação.
5. O vernáculo abrange não só a forma e a fábrica física dos edifícios, das estruturas e dos espaços, mas também as formas pelas quais eles são usados e compreendidos, e as tradições e associações intangíveis que lhes estão associadas.
LINHAS DE ORIENTAÇÃO PRÁTICA
1. Investigação e documentação
Qualquer trabalho físico sobre um edifício, ou sobre uma estrutura vernácula, deve ser cuidadoso e deve ser precedido por uma análise completa da sua forma e da sua estrutura. Este documento deve ser conservado num arquivo acessível ao público.
2. Localização, paisagem e grupos de edifícios
As intervenções sobre estruturas vernáculas devem ser executadas de uma forma que respeite e mantenha a integridade da localização, do relacionamento com a paisagem física e cultural, e das diversas estruturas entre si.
3. Sistemas tradicionais de construção
A continuidade dos sistemas tradicionais de construção e das competências artesanais associadas com o vernáculo é fundamental para a expressão vernácula, e é essencial para a reparação e para o restauro destas estruturas. Tais competências devem ser retidas, registadas e passadas para as novas gerações de artesãos e de construtores, através da educação e da formação.
4. Substituição de materiais e de partes
As alterações que respondem legitimamente às solicitações do uso actual devem ser efectuadas pela introdução de materiais que mantenham a consistência da expressão, da aparência, da textura e da forma de toda a estrutura, bem como a consistência dos materiais de construção.
5. Adaptação
A adaptação, e o novo uso das estruturas vernáculas deve ser executada de forma que respeite a integridade da estrutura, o seu carácter e a sua forma sendo, ao mesmo tempo, compatível com padrões de vida aceitáveis. Onde não houver quebra na continuidade de utilização das formas vernáculas, um código de ética próprio da comunidade pode servir como ferramenta de intervenção.
6. Alterações e restauro de época
Devem ser apreciadas e compreendidas as alterações ao longo do tempo como sendo aspectos importantes da arquitectura vernácula. Normalmente, não deve ser objectivo dos trabalhos sobre estruturas vernáculas procurar-se a conformidade de todas as partes com um único período.
7. Formação
Para se conservarem os valores culturais de expressão vernácula, os governos, as autoridades responsáveis, os grupos e as organizações devem dar relevo ao seguinte:
a) Programas de educação para conservadores sobre os princípios do vernáculo.
b) Programas de formação para apoiar as comunidades na manutenção dos sistemas, materiais e competências artesanais tradicionais de construção.
c) Programas de informação que aumentem a consciência pública sobre o vernáculo, especialmente entre a geração mais nova.
d) Redes regionais sobre arquitectura vernácula, para troca de competências e de experiências.
CIAV Comité Internacional da Arquitectura Vernácula
Madrid, 30 de Janeiro de 1996
Jerusalém, 28 de Março de 1996
Mikkeli, 26 de Fevereiro de 1998
Santo Domingo, 26 de Agosto de 1998
ICOMOS : Estocolmo, 10 de Setembro de 1998
Tradução por António de Borja Araújo, Engenheiro Civil IST
Dezembro de 2006
"
KERPIC'13_11-14 September 2013_Istanbul, Turkey
The third International Conference on kerpic’13 - New Generation Earthen Architecture: Learning from Heritage, to be held on 11-14 September 2013, in Istanbul, Turkey.
The focus of the conference has evolved from new generation of earthen architecture, environment and health care, towards disaster prevention.
We hope that it will bring together the related disciplines of architects and engineers, on material, construction, marketing and environmental science to create database, technology watch and strategy.
A workshop will be organized on site where all the participants can take part.
Social and cultural program will offer an interesting historical tour and a distinguished dinner will welcome you.
Post Congress program will be a tour to various sites of Turkey.
Post Congress program will be a tour to various sites of Turkey.
For more information visit http://www.kerpic.org/2013/
21 março 2013
Unesco_List of Heritage Earth Buildings
UNESCO list of heritage earth buildings
The UNESCO published a free 300 pages pdf listing the most noticeable historical earth buildings on the Planet. It is a great reference document with plenty of pictures.
The pdf can be downloaded here:
http://unesdoc.unesco.org/images/0021/002170/217020e.pdf
The UNESCO published a free 300 pages pdf listing the most noticeable historical earth buildings on the Planet. It is a great reference document with plenty of pictures.
The pdf can be downloaded here:
http://unesdoc.unesco.org/images/0021/002170/217020e.pdf
19 março 2013
15 março 2013
"MudWorks: A Different Shade of Green," with Anna Heringer and Martin Rauch
"MudWorks: A Different Shade of Green," with Anna Heringer and Martin Rauch
14 março 2013
Rammed Earth_Bhutan
Women
making a rammed earth house in Bhutan - singing beautifully whilst they pound
the earth down.
Direitos
da imagem: www.jess-travelling.blogspot.com
08 março 2013
World Heritage Sites_Earthen Architecture
World Heritage Sites_Earthen Architecture
- Alhambra, Generalife and Albayzín, Granada
- Ancient Ksour of Ouadane, Chinguetti, Tichitt and Oualata
- Ancient City of Damascus
- Ancient City of Ping Yao
- Ancient Thebes with its Necropolis
- Angkor
- Antigua Guatemala
- Archaeological Ruins at Moenjodaro
- Archaeological Site of Carthage
- Archaeological Site of Volubilis
- Archaeological Zone of Paquimé, Casas Grandes
- Asante Traditional Buildings
- Ashur (Qal'at Sherqat)
- At-Turaif District in ad-Dir'iyah
- Bahla Fort
- Bam and its Cultural Landscape
- Biblical Tels - Megiddo, Hazor, Beer Sheba
- Buddhist Monuments in the Horyu-ji Area
- Cahokia Mounds State Historic Site
- Canal du Midi
- Capital Cities and Tombs of the Ancient Koguryo Kingdom
- Cathedral, Alcázar and Archivo de Indias in Seville
- Chaco Culture
- Chan Chan Archaeological Zone
- Changdeokgung Palace Complex
- Churches and Convents of Goa
- City of Cuzco
- City of Potosí
- City of Quito
- City of Safranbolu
- Classical Gardens of Suzhou
- Cliff of Bandiagara (Land of the Dogons)
- Coffee Cultural Landscape of Colombia
- Complex of Koguryo Tombs
- Coro and its Port
- Cultural Landscape and Archaeological Remains of the Bamiyan Valley
- Cultural Sites of Al Ain (Hafit, Hili, Bidaa Bint Saud and Oases Areas)
- Fortifications of Vauban
- Frontiers of the Roman Empire
- Fujian Tulou
- Gyeongju Historic Areas
- Haeinsa Temple Janggyeong Panjeon, the Depositories for the Tripitaka Koreana
- Woodblocks
- Harar Jugol, the Fortified Historic Town
- Hatra
- Himeji-jo
- Historic Centre of Bukhara
- Historic Centre of Camagüey
- Historic Centre of Cordoba
- Historic Centre of Évora
- Historic Centre of Guimarães
- Historic Centre of Lima
- Historic Centre of Morelia
- Historic Centre of Oaxaca and Archaeological Site of Monte Albán
- Historic Centre of Oporto
- Historic Centre of Puebla
- Historic Centre of Salvador de Bahia
- Historic Centre of Santa Ana de los Ríos de Cuenca
- Historic Centre of Santa Cruz de Mompox
- Historic Centre of São Luís
- Historic Centre of Shakhrisyabz
- Historic Centre of the Town of Diamantina
- Historic Centre of the Town of Goiás
- Historic Centre of the Town of Olinda
- Historic Centre of Zacatecas
- Historic City of Meknes
- Historic City of Sucre
- Historic Ensemble of the Potala Palace, Lhasa
- Historic Monuments of Ancient Kyoto (Kyoto, Uji and Otsu Cities)
- Historic Monuments of Ancient Nara
- Historic Monuments Zone of Querétaro
- Historic Quarter of the City of Colonia del Sacramento
- Historic Quarter of the Seaport City of Valparaíso
- Historic Site of Lyons
- Historic Town of Guanajuato and Adjacent Mines
- Historic Town of Ouro Preto
- Historic Town of Sukhothai and Associated Historic Towns
- Historic Town of Zabid
- Historic Villages of Korea: Hahoe and Yangdong
- Historic Villages of Shirakawa-go and Gokayama
- Island of Mozambique
- Itchan Kala
- Itsukushima Shinto Shrine
- Jongmyo Shrine
- Joya de Cerén Archaeological Site
- Kasbah of Algiers
- Kathmandu Valley
- Koutammakou, the Land of the Batammariba
- Ksar of Ait-Ben-Haddou
- Kunya-Urgench
- León Cathedral
- M'Zab Valley
- Mausoleum of the First Qin Emperor
- Medina of Fez
- Medina of Marrakesh
- Medina of Sousse
- Medina of Tunis
- Meidan Emam, Esfahan
- Memphis and its Necropolis – the Pyramid Fields from Giza to Dahshur
- Mesa Verde National Park
- Minaret and Archaeological Remains of Jam
- Mogao Caves
- Mount Wutai
- National Archeological Park of Tierradentro
- Old City of Sana'a
- Old Havana and its Fortifications
- Old Town of Cáceres
- Old Town of Galle and its Fortifications
- Old Town of Ghadamès
- Old Town of Lijiang
- Old Towns of Djenné
- Old Walled City of Shibam
- Osun-Osogbo Sacred Grove
- Parthian Fortresses of Nisa
- Persepolis
- Port, Fortresses and Group of Monuments, Cartagena
- Pre-Hispanic City of Teotihuacan
- Protective town of San Miguel and the Sanctuary of Jesús Nazareno de Atotonilco
- Proto-urban Site of Sarazm
- Provins, Town of Medieval Fairs
- Punic Town of Kerkuane and its Necropolis
- Qal’at al-Bahrain – Ancient Harbour and Capital of Dilmun
- Rock-Hewn Churches, Lalibela
- Royal Hill of Ambohimanga
- Royal Palaces of Abomey
- Royal Tombs of the Joseon Dynasty
- Ruins of León Viejo
- Ruins of Loropéni
- Sacred City of Caral-Supe
- Samarkand – Crossroad of Cultures
- Samarra Archaeological City
- Sanctuary of Bom Jesus do Congonhas
- Seokguram Grotto and Bulguksa Temple
- Shrines and Temples of Nikko
- Shushtar Historical Hydraulic System
- Soltaniyeh
- State Historical and Cultural Park “Ancient Merv”
- Sukur Cultural Landscape
- Tabriz Historic Bazaar Complex
- Takht-e Soleyman
- Taos Pueblo
- Tchogha Zanbil
- The Great Wall
- The Persian Garden
- Timbuktu
- Tomb of Askia
- Tombs of Buganda Kings at Kasubi
- Trinidad and the Valley de los Ingenios
- Viñales Valley
- Walled City of Baku with the Shirvanshah's Palace and Maiden Tower
- Yin Xu
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